Miguel Relvas, comentador político e antigo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, afirmou que o "Partido Social Democrata (PSD) deveria ter tentado ter entendimentos pontuais com os partidos à Direita".
"A Iniciativa Liberal (IL), que tem uma posição muito mais doce e aberta, já veio fazer mais críticas ao programa de Governo do que o Partido Socialista (PS). Há uma diferença entre aquilo que se diz, aquilo que se é e aquilo que se faz", continuou, em declarações na CNN Portugal.
Nesse mesmo espaço, comentando a atualidade política junto do socialista Álvaro Beleza, Relvas recordou que "este é um Governo minoritário que apresenta um programa para quatro anos" e "uma coisa é apresentar um programa de Governo para quatro anos, outra coisa é consegui-lo".
"A estratégia de o tentar fazer com o PS não vai ter sucesso", vaticinou, pois "é uma tentativa vã tentar ter um Governo reformista a fazer entendimentos com o PS, que esteve oito anos no Governo e é conhecido por todas as medidas menos aquelas que tenham a ver com reformas".
Miguel Relvas considerou que a carta que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escreveu ao líder do PSD, Luís Montenegro, "quem a leu, leu que aquilo não é para haver entendimento nenhum".
"Quando é para haver entendimento, não se faz estas cartas públicas cheias de 'ses'. O entendimento para encontrar uma solução para o presidente da Assembleia da República foi feito discretamente e nem há imagens da reunião. Quando há vontade de chegar a um entendimento, não se vem para a exibição pública", considerou.
O programa de Governo da Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM) foi aprovado em Conselho de Ministros na quarta-feira e será, esta quinta-feira, apresentado e debatido no Parlamento.
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