"Quero evoluir. Nunca fiz música pelo dinheiro nem pela fama"

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Foi no passado dia 11 de maio, no MEO Arena, que David Carreira deu início à digressão 'Última Dança'. Com este espetáculo, irá percorrer o país durante os próximos meses, antes mesmo de fazer uma pausa que o deixará, temporariamente, afastado dos palcos. 

É com esse período que já sonha David, como confidenciou o próprio ao Fama ao Minuto, numa entrevista que serviu de balanço para este concerto e, também, para o álbum '9', que lançou no início do mês. 

Antes de seguir completo para as plataformas digitais, este novo trabalho já tinha feito sucesso. Os temas 'Menta', que conta com Bruna Gomes no videoclipe, e 'Vida Boa', partilhado com o fenómeno brasileiro Juliette, ajudaram a impulsionar '9' para patamares que David nunca tinha atingido, conforme nos explicou. Nos últimos cinco meses, já foi mais ouvido nas plataformas digitais mais vezes do que em todo o ano passado.

Junto do cantor, também quisemos perceber melhor esta estratégia de comunicação que faz com que quase todos no país conheçam as suas músicas e ainda aproveitámos para desmistificar o rumor das últimas semanas: afinal, Carolina Carvalho e David Carreira vão ser pais de uma menina? A resposta lê-se mais abaixo.

Eu gosto de 'oferecer' coisas aos fãs mais próximos

O espetáculo de abertura da 'Última Dança' foi um sucesso e o '9' tem quase todas as músicas a passar na rádio diariamente. Que fase é esta em que se encontra, que coincide com os primeiros meses a trabalhar sem o apoio da Sony Music?

Está a ser o maior desafio da minha vida profissional. Quando se está numa grande editora, como a Sony Music, há cerca de sete anos e se decide ser independente, é sempre um risco.

Ter uma grande editora por trás é ter uma espécie de rede de segurança?

Sim, quando estamos com uma editora tão grande isso dá-nos conforto e estabilidade. Foi um desafio passar a ser 100% independente, aumentar a equipa e continuar a fazer o trabalho de estúdio e a isso somar a gestão de mais pessoas. Foi um desafio gigantesco, estive um ano a preparar os novos lançamentos. Dá-me mais liberdade, porque podemos lançar as músicas quando quisermos e da forma que quisermos, mas o risco também acaba por ser maior.

O que o levou a tomar esta decisão?

Senti que estava na altura certa. Eu sempre tive o sonho de trabalhar de forma independente e, antes de lançar este álbum, pensei em arriscar com um projeto em que tudo era controlado pela minha equipa. Quando assim é, até para receber um 'não' isso acontece mais rapidamente. Gosto desta ligação entre mim e as plataformas e os parceiros, de me sentar e de poder mostrar o álbum e explicar o porquê das músicas. Assim parece que as coisas, às vezes, são mais fáceis e mais orgânicas. Podia correr bem ou não, mas, neste momento, já temos mais visualizações e 'streams' em cinco meses do que em todo o ano passado. 

Em relação à estratégia de comunicação e marketing adotada, o destaque vai para os videoclipes com muitos recursos e a inclusão de artistas nacionais e internacionais de grande relevância aos temas. Também isto foi tudo pensado para arrancar esta nova fase com tudo o que podia dar?

A ideia foi criar conteúdos diferentes. Em relação aos videoclipes, quisemos que eles fossem distintos e que representassem coisas diferentes. Tivemos alguma dificuldade com os artistas brasileiros, porque foi difícil enviar equipas para lá, por causa do concerto no MEO Arena, e eles também não conseguiram enviar equipas para cá. Também fizemos o videoclipe 360º, com pistas sobre o que ainda vai acontecer.

Eu gosto de 'oferecer' coisas aos fãs mais próximos. Tenho uma relação próxima com as pessoas mais regulares, sei os nomes das pessoas que vão a quase todos os concertos. Sei que há coisas que só esses verdadeiros fãs vão ver, porque vão ouvir as músicas ao detalhe. Esta é a minha forma de trazer coisas a essas coisas. 

E o que já pode contar sobre o que vai acontecer?

Ainda vou lançar músicas que fazem parte deste álbum e que se vão acrescentar a ele ainda durante este verão. A ideia é que o álbum continue a ter vida, até porque hoje em dia, quando se lança um novo trabalho, ele deixa de ser novidade passado um mês, porque há muita música a sair todos os dias e é normal. Assim conseguimos ter vida no álbum antes dele sair, ele tem vida também quando é lançado e passados três ou quatro meses acrescentaremos coisas que o voltem a tornar numa novidade.

O David também já alcançou este estatuto que o permite ter as colaborações musicais que deseja e sonhar com metas que, há uns anos, poderiam parecer inalcançáveis. Também esta é uma reflexão que costuma fazer?

Eu já não sou novidade. Fiz um caminho que me ajuda a abrir certas portas, mas eu já vou no nono álbum. Para continuar a ter relevância, tenho de me reinventar constantemente. A música portuguesa tem muitos artistas bons que aparecem todos os dias. Para os artistas mais velhos, como eu, há que continuar a procurar ter relevância.

Nunca fiz música pelo dinheiro nem pela fama

Mas, com a base de fãs que já reuniu, o David poderia apenas limitar-se a fazer um álbum a cada dois anos e a dar alguns concertos. Ainda assim, tem feito vários álbuns nos últimos anos e tem agora uma digressão repleta de concertos. O que o leva a não abrandar o ritmo, mesmo quando essa já poderia ser uma possibilidade?

Não o faço porque quero evoluir. Nunca fiz música pelo dinheiro nem pela fama. Faço música para realizar coisas loucas, objetivos quase inalcançáveis. É isso que tento fazer em todos os álbuns, acho que não era capaz de lançar um álbum sem me pôr numa zona diferente, senão prefiro nem lançar. Aliás, vou lançar um álbum em francês em breve. Estou já a finalizá-lo.

É uma tentativa de chegar a esse mercado e de juntar o público francês ao que já o acompanha?

Eu já lancei dois álbuns em França, um em 2013 e outro em 2014. Nessa altura, já estava a sentir que não era só a comunidade de emigrantes que me ouvia, mas também a comunidade francesa. Depois, deixei de fazer esse trabalho em França, porque estava a dedicado em Portugal, e agora decidi voltar a trabalhar para esse público. 

Essa vontade surgiu por algum motivo em particular?

Porque há pouco tempo estive em França e percebi que há muito público neste país que não sabe por onde tenho andado. A minha vontade é arriscar por lá e tentar fazer o mesmo que tentado fazer aqui.

Nas últimas semanas tem dado que falar por causa do tema 'Pai da Minha Filha', que levou a que muitas pessoas, pela letra, acreditassem que o David e a Carolina iriam ser pais pela segunda vez em breve. A gravidez confirma-se?

Eu não sabia que isto estava a dar que falar. Depois do MEO Arena, fiz quase que um retiro e não tenho lido nada. Foram os fãs que me vieram perguntar se eu ia ser pai de uma menina numa sessão de autógrafos [risos].

Então de onde vem o nome Camila, que faz parte da letra da canção?

Antes de termos o Lucas, pensámos sempre que ia ser uma menina e já tínhamos o nome escolhido: Camila. Depois apareceu o Lucas, que é mega galático e que à frente de 16 mil pessoas pega no microfone e começa a cantar [gargalhada]. Por isso é que escondemos o nome Camila na música, mas nunca pensei que iam achar que vamos ser pais porque quem olha para a Carolina percebe que não é possível. 

Notícias ao Minuto© Disponibilizada por David Carreira  

E ter um segundo filho está no horizonte?

Curtia muito, estou a amar ser pai. Foram 15 anos sem parar, com digressões todos os anos e 10 álbuns lançados, fiz várias novelas... Não quero perder esta fase e quero ter mais filhos, mas não para já.

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