"Riscos elevados de confronto armado direto entre potências nucleares"

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O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Ryabkov, sugeriu, esta terça-feira, que "os riscos de um confronto armado direto entre potências nucleares são elevados".

"Chegámos à conclusão de que os riscos de um confronto armado direto entre potências nucleares são agora elevados", afirmou Ryabkov, em declarações aos jornalistas, à margem da conferência Primakov Readings, citado pela Tass.

Ryabkov destacou ainda que os opositores ocidentais impõem deliberadamente condições inaceitáveis para as conversações de segurança com Moscovo. "Temos de pensar no que se segue e em como reduzir ao mínimo os riscos de um confronto direto. Deve ser prosseguido um diálogo profissional sobre esta questão. Infelizmente, os nossos adversários propuseram oficialmente condições deliberadamente inaceitáveis para esse diálogo", sublinhou.

Segundo o diplomata, o Ocidente propõe-se esquecer a sua política hostil em relação à Rússia e regressar ao diálogo nesses moldes, como acontecia antes da atual crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente coletivo. 

"Não pode ser assim. Penso que a comunidade de ciência política e também os funcionários do Ocidente ainda, no fundo, no seu estado profundo, compreendem que é correto colocar a questão desta forma e que é impossível comprometermos os interesses fundamentais de segurança nas condições de um conflito direto e intenso em que o Ocidente está envolvido", salientou Ryabkov.

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Desde o início da invasão, o Ocidente tem condenado a Rússia e tem enviado ajuda financeira e armamento à Ucrânia. 

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