"Sempre disse que Montenegro era subestimado. 100 dias mostram isso"

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O eurodeputado Sebastião Bugalho foi o entrevistado desta quarta-feira na Grande Entrevista, programa emitido pela RTP3. Bugalho que foi cabeça de lista pela Aliança Democrática (AD), foi questionado pela sua passagem como comentador até Bruxelas.

"Foi mais difícil do que estava à espera, mas sobreviveu-se. É uma experiência diferente, são objetivos diferentes", apontou, sublinhando que ambas eram experiências diferentes, mas se 'fundiam' no serviço público.

Sebastião Bugalho confessou que durante a campanha teve alguma atenção ao que era dito sobre si, mas que se concentrou no trabalho eleitoral que tinha pela frente. "Mantive uma relação saudável, mas à distância, com os meus ex-camaradas", afirmou, defendendo que houve uma maior exigência sobre si, devido à sua antiga carreira como jornalistas, que a situação já era algo de que estava à espera. "Conheciam-me melhor, tinham obrigação de saber quais eram as minhas lacunas. Por outro lado, talvez esperassem mais de mim. Encarei como um elogio. Encaro as dificuldades como motivação", defendeu.

Questionado sobre se resistiu à "tentação" de responder a algumas das críticas deixadas, Bugalho referiu que uma das tarefas "mais difíceis dos assessores" que faziam parte da candidatura da AD era "garantir que eu não respondia às perguntas todas. O meu instinto era responder, não é?", atirou, relembrando que esteve alguns anos a responder a perguntas do pivot. "Agora, vou ter que me continuar a afastar sorrateiramente", afirmou.

Questionado sobre a área para onde agora se 'virou', Bugalho foi assertivo quando questionado sobre se não queria ser 'mais um' na política: "Não quero ser, nem creio que seja. Se fosse mais um na política, não serviria de muito".

Bugalho confessou ainda que foi bem "acolhido" na política, e que foi surpreendido em campanha pela "força democrática" dos portugueses. "Vi um um povo que talvez ainda não tenha esperança, mas tem esperança de voltar a ter esperança. Deu-me alento", garantiu.

"Há quase um pânico apocalíptico ou catastrofista em relação ao sistema democrático português, e aquilo que eu vi juntos dos portugueses foi uma enorme crença na democracia", relembrou, acrescentando: "A democracia não só ainda existe, como ainda é possível como fórmula de sucesso em Portugal".

Sempre disse que Montenegro era muito subestimado. Os primeiros 100 dias como primeiro-ministro mostram que foi subestimado enquanto líder da Oposição e primeiro-ministro

Durante a sua entrevista, Bugalho foi ainda questionado sobre erros de análise que possa ter cometido durante o seu tempo de análise. "António Costa surpreendeu-nos a todos com o facto de a Geringonça ir até ao fim, de cumprir os quatro anos, de respeitar as regras orçamentais, apesar das greves e cativações", referiu, sublinhando que o "Governo minoritário do Partido Socialista não vacilou. Foi uma surpresa e erro de análise que assumo com toda a felicidade".

Por outro lado, Bugalho respondeu também sobre qual a análise que terá feito melhor, apontando para o atual chefe de Governo  Luís Montenegro. "Sempre disse que  era muito subestimado. Os primeiros 100 dias de Montenegro como primeiro-ministro mostram que foi subestimado enquanto líder da Oposição e enquanto novo primeiro-ministro", referiu.

[Notícia em atualização]

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