"Vontade enorme" de expandir a língua portuguesa, diz deputada timorense

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"Cabe ao executivo reforçar a implementação da língua portuguesa nas escolas e nas 'mídia' sociais, isso é o mais importante, porque a língua portuguesa é uma ferramenta importante na comunicação de todos os povos, principalmente para os povos da língua portuguesa", declarou à Lusa a deputada do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT, do primeiro-ministro Xanana Gusmão) Maria Teresinha Viegas.

A deputada, que falava à margem da 13.ª Sessão Ordinária da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que começou hoje em Maputo, afirmou que o parlamento timorense tem vindo a aprovar legislações visando garantir a expansão da língua portuguesa naquele país, destacando a educação e o ensino superior como os veículos mais importantes na sua materialização.

"Estamos a promover e a fazer todos os esforços para a que a língua portuguesa fique mais próxima da camada de base. No nosso caso, infelizmente, a população não fala, apenas entende coisas básicas", considerou a deputada, destacando "a cobertura das notícias em língua portuguesa" como caminho para tornar a língua "mais familiar no meio da população".

Maria Teresinha Veigas afirmou que Timor-Leste, nos últimos anos, "deu um salto qualitativo" na expansão da língua portuguesa, destacando "a vontade enorme" dos parlamentares mais jovens em aprender a língua e usá-la nas suas intervenções durante as sessões.

"Temos muitos parlamentares que têm vontade enorme de aprender e de intervir em língua portuguesa para mostrar ao mundo que o português em Timor-Leste não morre", defendeu a deputada, acrescentando que, para aquele país asiático, o português "é uma língua de resistência, por isso "defendida pelo parlamento e pelo executivo".

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, apontou em 06 de julho, em Maputo, a "expansão e popularização" da língua portuguesa no seu país como um dos principais desafios do executivo timorense.

"Para nós, um dos grandes esforços da nossa parte é popularizar e expandir o conhecimento da língua portuguesa, porque quando chegámos à independência, em 2002, praticamente já ninguém falava português", disse José Ramos-Horta.

"Hoje mais de 30% já falam português", acrescentou.

Igualmente à margem da 13.ª Sessão Ordinária AP-CPLP, o deputado angolano Justino Pinto de Andrade, do Bloco Democrático (BD, oposição) disse à Lusa que em Angola ainda há dificuldades na comunicação em português nas zonas distantes dos centros urbanos, mas reconheceu que há cada vez mais cidadãos a falarem a língua.

"Há pouco andei em toda a Angola e percebi que nos centros urbanos fala-se português, mas quando se sai um pouco encontramos as dificuldades para o contacto com as comunidades, porque elas usam basicamente as línguas locais", afirmou o deputado, reconhecendo que são necessários mais esforços para a expansão do português naquele país.

Ao longo dos dois dias da reunião da AP-CPLP estão previstos encontros das redes de mulheres e de jovens dos parlamentos da CPLP, além de trabalhos bilaterais entre as delegações.

No âmbito do evento, os presidentes dos parlamentos dos países da CPLP serão recebidos hoje pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

A AP-CPLP é dirigida pela presidente do Senado da Guiné-Equatorial, Teresa Efua Asangono.

A CPLP tem como estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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