Rabbit R1: neste novo gadget “alimentado” por inteligência artificial não há apps – só voz, imagem e texto (vídeo)

8 meses atrás 111

Depois do AI Pin, há outro dispositivo a chegar ao mercado que promete mudar o paradigma de como usamos a Internet e interagimos com vários serviços, desde pedir um Uber a ouvir música no Spotify.

O Rabbit R1, criado por uma empresa com o mesmo nome, foi apresentado durante a CES 2024 numa keynote gravada pelo seu CEO, Jesse Lyu, que lhe chama ‘pocket AI companion’ (qualquer coisa como um ‘ajudante/companheiro de bolso, com inteligência artificial’.

Jesse Lyu começou por lembrar que as actuais interfaces, dos smartphones, com várias apps, e em que são precisos «muitos passos para fazer alguma coisa», estão ultrapassadas. E é precisamente aqui que está uma das grandes mudanças trazidas pelo Rabbit R1: não há ícones de apps e tudo acontece ao interagir, com voz, com a IA do dispositivo, que assume a “forma” de um coelho.

©Rabbit R1©Rabbit | Para interagir com o pocket companion, é preciso manter pressionado este botão, que fica na lateral direita.

A ideia é tirar partido de apps sem usar o dedo, o «apontador mais natural» que temos, como disse Steve Jobs na apresentação do iPhone original, em 2007. Nesta altura, o stylus era o recurso mais popular para interagir com os ecrãs, principalmente os dos PDA.

Agora, o dedo é substituído pela voz; contudo, aqui não há um comando como ‘hey, Rabbit’ para lançar a IA deste gadget. Para isso, é preciso manter um botão pressionado para falar: «É como num walkie-talkie», disse Jesse Lyu.

E como é que o Rabbit R1 tem acesso à app Uber para reservar uma viagem ou ao Spotify, para ouvirmos as nossas playlists? Temos, primeiro, de aceder a uma área pessoal online, criada pela Rabbit, onde estão todas as apps compatíveis; aqui, fazemos login com a nossa conta em cada uma delas, para ficarem activas no pocket companion.

©Rabbit R1 - Scroll©Rabbit | Apesar de ser um dispositivo que se foca na voz, há elementos analógicos mais tradicionais, como a roda de scroll.

Segundo Jesse Lyu, mesmo que este passo esteja num site ligado à Rabbit (o Rabbit Hole, onde gerimos todas as nossas configurações e preferências), a empresa «não guarda qualquer informação de contas», uma vez que apenas serve de hub para aceder às páginas dos respectivos logins para cada serviço.

Depois, e apesar de, em algumas situações, podermos usar um teclado virtual para escrever texto, tudo se centra na voz: por exemplo, depois de termos a Uber associada, basta pedir um automóvel para nos levar de um ponto ao outro. Este novo conceito, em que não existe uma app tradicional com menus e opções onde temos de tocar com o dedo, que se foca na voz, tem como base os LAM – Large Action Models, em oposição a LLM (Large Language Models).

Os LLM, modelos de linguagem usados para treinar as IA são, assim, substituídos por uma nova abordagem em que as nossas instruções levam a inteligência artificial a agir por nós, a reconhecer de que forma usaríamos uma app e em que opções e botões tocar, para desencadear uma acção. O sistema operativo que serve de base a tudo isto é o Rabbit OS.

©Rabbit | Camara©Rabbit | A câmara serve, entre outras coisas, para o R1 reconhecer cenários e objectos.

Nas características técnicas, o Rabbit R1 tem uma câmara rotativa (chamada Rabbit Eye, que serve para reconhecer cenários e objectos), dois microfones far field, uma roda de scroll analógica, um botão push to talk, um processador MediaTek Helio P35 a 2,3 Ghz, 4 GB de memória, 128 GB de armazenamento, ecrã de 2,88 polegadas, conectividade USB-C e um slot para cartão SIM.

Para Jesse Lyu, o Rabbit R1 «não é um substituto do smartphone», mas uma «nova categoria de produto»; as pré-encomendas já estão abertas no site da marca, com o AI companion a custar 199 dólares (184,95 euros). Para já, a empresa não envia para Portugal.

©Rabbit | Compra©Rabbit | Portugal não é um dos países para onde a empresa vende o R1.
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