Este aviso, deixado em entrevista à CNN, parece ser um ponto de viragem no conflito de sete meses entre Israel e o Hamas, mas também um reconhecimento do papel que os Estados Unidos têm desempenhado neste conflito, ao admitir que as bombas norte-americanas têm sido usadas para matar civis em Gaza.
Isto porque o presidente - e candidato a um segundo mandato na Casa Branca - tem manifestado apoio total a Israel para perseguir o Hamas. O plano israelita para uma ampla ofensiva terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde um milhão de civis palestinianos procurou refúgio, terá mudado o pensamento de Biden.
Ainda assim, entrevistado pela CNN, Joe Biden fez questão de garantir que os EUA continuariam a fornecer armas defensivas a Israel, inclusive para seu sistema de defesa aérea, Iron Dome, ou Cúpula de Ferro, dependendo do que acontecer em Rafah.
Estas declarações podem afastar Biden e Netanyahu, que conversaram ao telefone na segunda-feira, enquanto Israel ordenava a retirada de dezenas de milhares de civis de Rafah e lançava ataques perto das áreas fronteiriças da cidade.
“Joe, o genocida”
A seis meses das eleições presidenciais norte-americanas, o recandidato Biden assegura que tem escutado a mensagem dos acampamentos em várias universidades. Os crescentes protestos por causa do apoio a Israel têm sido dominados por uma frase: “Joe, o genocida”.Contudo, o presidente alerta contra os protestos que se transformam em discurso de ódio ou anti-semitismo.
“Existe um direito legítimo à liberdade de expressão e de protesto
(…) mas não é legítimo ameaçar estudantes judeus. Não se pode bloquear o acesso das pessoas às aulas. Isso é ilegal”.