Rebeldes birmaneses reafirmam luta contra ditadura após reuniões

9 meses atrás 84

"Reafirmamos o nosso compromisso de acabar com a ditadura militar. Foram feitos progressos significativos, mas é necessário mais tempo e esforço para atingir o nosso objetivo. A nossa dedicação é inabalável, devemos isso a todo o povo de Myanmar [antiga Birmânia]", de acordo com a mensagem na rede social X (antigo Twitter) da "Operação 1027", vista como a maior ameaça ao poder dos militares desde o golpe de 2021.

A ofensiva foi assim designada quando foi lançada a 10 de outubro no nordeste do país pela Aliança da Irmandade, composta por três poderosas guerrilhas: o Exército Arakan (AA), o Exército de Libertação Nacional Ta'ang (TNLA) e o Exército da Aliança Democrática de Myanmar (MNDAA).

Depois de se ter instalado no estado de Shan, que faz fronteira com a China, a operação estendeu-se a outras regiões do norte, centro, oeste, leste e sul de Myanmar, incluindo em Kayah, Sagaing, Mandalay, Bago, Mon, Rakain, Chin, Karen e Bago, com a participação de outras milícias étnicas e das Forças Patrióticas de Defesa (PDF) pró-democracia.

Após mais de um mês de combates com o exército birmanês, o porta-voz da junta, general Zaw Min Tun, afirmou, na segunda-feira, que representantes do regime militar se reuniram recentemente com membros da Aliança da Irmandade, num encontro mediado pela China, sem especificar a data da reunião.

A reunião tinha como objetivo "resolver politicamente a guerra no norte do estado de Shan", o ponto de origem da operação, e Zaw Min Tun disse que as partes "voltarão a reunir-se no final de dezembro, dependendo do progresso das conversações".

Não se sabe, no entanto, que pontos foram negociados durante uma reunião que a China descreveu "como positiva".

A China partilha uma fronteira de 2.129 quilómetros com Myanmar. E, embora Pequim tenha aumentado a influência no país vizinho na sequência do golpe de Estado, alguns guerrilheiros, incluindo os envolvidos nesta ofensiva, têm uma longa história de aliança étnica, económica e militar com a potência asiática.

A "Operação 1027" deixou pelo menos meio milhão de pessoas deslocadas, de acordo com os dados mais recentes das Nações Unidas, e representa o maior desafio para o exército birmanês desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021, que pôs fim ao governo eleito da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi e intensificou as guerrilhas existentes.

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