Recolha selectiva de biorresíduos muito aquém do desejável, diz associação Zero

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07 mai, 2024 - 00:59 • Redação com Lusa

Em declarações à Renascença, o ambientalista Ismael Casotti sublinha a importância económica do aproveitamento de restos alimentares para a fertilização dos solos.

A recolha seletiva de biorresíduos está "muito aquém do desejável", representando 4% do total dos resíduos urbanos quando podia equivaler 41%, alerta a associação ambientalista Zero.

Citando dados de 2022 da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), a associação refere que do total dos resíduos urbanos (RU) recolhidos no continente (4,76 milhões de toneladas), 81% foram recolhidos de forma indiferenciada (3,84 milhões de toneladas).

"Isto significa que a recolha seletiva não atinge sequer 20%, sendo que a recolha seletiva multimaterial (embalagens de papel/cartão, plástico/metal e vidro) apenas atinge 11,8% (563.043 toneladas), face a um potencial de 25 a 30%", sublinha a Zero.

Em declarações à Renascença, Ismael Casotti, ambientalista da Zero, salienta que o tratamento deste tipo de resíduos, como restos alimentares das habitações e dos restaurantes, ajuda a trazer benefícios económicos para o país.

“Em termos técnicos e financeiros o processo de compostagem no jardim de casa, ou numa grande instalação regional para tratamento de resíduos, acaba por ser muito útil para fertilizar os solos. Também a nível da agricultura é importante porque o que os agricultores fazem é comprar compostos àquelas empresas que realizam o processamento dos resíduos. Ainda não há uma grande quantidade, mas já existe, em Portugal”, adianta

A associação lembra que desde 1 de janeiro é obrigatório dar uma solução aos biorresíduos, constatando-se que "a maior parte dos municípios não se prepararam adequadamente para dar resposta a este desafio, quer ao nível da recolha, quer ao nível da promoção da compostagem comunitária".

Ismael Casotti defende um maior envolvimento dos municípios, pesando as diferenças entre regiões mais urbanas e outras mais rurais, por forma a serem distribuídos compostores junto de empresas e cidadãos.

“A recolha seletiva é uma parte importante desta equação. Quer os privados quer as empresas e os municípios devem implementar esta solução que tem baixos custos”, refere.

A propósito da Semana Internacional de Sensibilização para a Compostagem, que começou no domingo e termina no final da semana, a Zero cita dados oficiais para dizer que não só os índices de recolha de biorresíduos são baixos como a maior parte dos municípios não está preparada para essa recolha.

A Semana Internacional, uma iniciativa da indústria da compostagem, destina-se a sensibilizar e informar sobre a importância do tema e realiza-se na primeira semana de cada mês de maio.

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