Reduzir capacidade do leilão eólico `offshore` antes de saber custo da produção é prematuro - APREN

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O presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) considerou hoje que é prematuro falar em rever em baixa a capacidade do próximo leilão de eólicas `offshore` antes de se saber o custo a que a eletricidade vai ser produzida.

"Antes de começarmos a rever em baixa seja o que for em termos de leilões, seja de que tecnologia for, é preciso perceber quais são as projeções de consumo, é necessário também perceber a que custos é que esta eletricidade será produzida uma vez que os projetos estejam efetivamente a ser construídos", disse à Lusa Pedro Amaral Jorge, reagindo assim às afirmações de hoje da ministra do Ambiente e Energia.

Em declarações aos jornalistas à margem da Cimeira de Energia de Lisboa, Maria da Graça Carvalho disse que o Governo admite rever em baixa a capacidade do leilão eólico `offshore`, que deverá lançar em julho, de modo a reduzir custos para os consumidores.

O presidente da APREN lembrou que o desenvolvimento de um projeto `offshore` pode levar entre oito a 10 anos a estar concluído e, por isso, "estar a analisar hoje que os leilões `offshore` podem gerar custos para os consumidores" é "um bocado prematuro".

"Penso que é preciso, no fundo, primeiro avaliar as condições, avaliar o que seriam as peças de um concurso eventual antes de estarmos já a dizer que vamos reduzir metas relativamente ao leilão, porque há todo um tecido industrial e de promotores que está a investir em Portugal na expectativa de perceber o que é este modelo de leilão `offshore`", realçou Pedro Amaral Jorge.

O Governo anterior tinha assumido a ambição de atingir uma capacidade instalada de eólico `offshore` de 10 GW em 2030, a atribuir por leilão, mas posteriormente reviu em baixa a capacidade para 2 GW.

Já quanto ao anúncio do lançamento do leilão de compra centralizada de hidrogénio e biometano, no valor de 140 milhões de euros, o presidente da APREN considerou que são "boas notícias".

"Não tenho ainda expectativas, porque preciso de conhecer o caderno de encargos, a meta é interessante, é um pequeno leilão para conhecer o mercado, a expectativa é que fique esgotado, mas vai depender muito de como as peças vão ser desenhadas", apontou o responsável.

Em dezembro, a Comissão Europeia aprovou ajudas estatais de 140 milhões de euros em Portugal para apoiar a produção de hidrogénio renovável e biometano, a fim de promover a transição para uma economia de emissões líquidas nulas.

Segundo Bruxelas, no processo de concurso, os beneficiários são selecionados com base no preço de exercício por megawatts por hora de hidrogénio renovável ou biometano oferecido.

A pasta de transição do Governo liderado pelo ex-primeiro-ministro António Costa indicava que as peças concursais para este leilão se encontravam preparadas e as condições referentes aos auxílios de Estado negociadas com a Comissão Europeia, com o leilão "pronto para lançamento".

Com o objetivo de "potenciar a nova fileira dos gases renováveis, de elevado valor acrescentado e potenciadora da descarbonização do país será lançado um leilão de compra centralizada de biometano e hidrogénio".

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