Regiões Ultraperiféricas representam 1% da população da União Europeia

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As Canárias eram a RUP com mais população com 2,2 milhões de pessoas enquanto que a Madeira e os Açores eram as que tinham menos habitantes 253,3 mil e 239,9 mil.

As Regiões Ultraperiféricas (RUP) constituem cerca de 1% da população da União Europeia (UE), indica um barómetro da Direção Regional de Estatística (DREM). Em 2022 estavam contabilizados cinco milhões de habitantes.

As Canárias eram a RUP com mais população com 2,2 milhões de pessoas enquanto que a Madeira e os Açores eram as que tinham menos habitantes 253,3 mil e 239,9 mil.

“A densidade populacional é elevada em quase todas as RUP, com exceção da Guiana Francesa (4 hab/km2) e dos Açores (103 hab/km2). Não considerando estas duas regiões, a densidade populacional oscila entre os 243 habitantes por km2, em Guadalupe, e os 805 habitantes por km2, em Maiote. Na Região Autónoma da Madeira (RAM), este indicador situa-se nos 314 habitantes por km2”, referiu a DREM.

A direção regional de estatística salientou que entre 2013 e 2022, a população das RUP teve diferentes tendências de evolução.

“Em Portugal, a população aumentou 0,4%, mas nas RUP portuguesas verificou-se um decréscimo: 3,1% na Madeira e 3,0% nos Açores. Entre as RUP francesas, a Martinica (-7,9%) e Guadalupe (-5,8%) também registaram reduções populacionais significativas. Em contrapartida, a Reunião (+4,5%), a Guiana Francesa (+16,1%) e Maiote (+38,5%) apresentaram crescimentos populacionais, motivados por um saldo natural positivo. A população francesa, no geral, cresceu 3,0%. As Canárias também registaram um crescimento populacional de 4,6%, em linha com o aumento de 3,4% em Espanha, impulsionado pela imigração”, acrescentou a DREM.

Em termos de estrutura etária, em 2022, Maiote (43,8%), Guiana Francesa (31,4%) e a Reunião (21,5%) tinham as percentagens mais elevadas de população jovem (menos de 15 anos de idade) da Europa.

“É de esperar que a população destas Regiões continue a crescer, numa tendência oposta à que se perspetiva para a União Europeia (UE), para os próximos anos, já que a percentagem de população jovem desta rondava os 14,9%. As regiões da Madeira, com 12,5%, dos Açores, com 14,5%, e das Canárias, com 11,8%, são as únicas RUP cujo peso desta faixa etária é menor do que na UE”, salientou a DREM.

Já em termos da percentagem de população idosa (mais de 65 anos de idade) tinha um peso mais elevado na Martinica (23,7%) e em Guadalupe (21,6%).

“Na Madeira (20,6%) e nos Açores (17,0%) este grupo etário tinha um peso menor quando comparado com a UE (21,3%) e Portugal (24,0%). O mesmo se pode dizer das Canárias, com 17,5% de população idosa, percentagem menor que em Espanha (20,1%). Entre as RUP francesas apenas a Martinica (23,7%) e a Guadalupe (21,6%) ultrapassam a UE (21,3%) e a França (21,2%) na representatividade desta faixa etária”, acrescentou a direção regional.

A DREM sublinhou que em 2022, a idade mediana da população residente, que corresponde à idade que divide a população em dois grupos de igual dimensão, apresentou, entre as RUP, valores diferenciados.

“Foi na Martinica onde este indicador alcançou o valor mais elevado (49,1 anos), revelando um perfil populacional mais envelhecido. Em contrapartida, Maiote evidenciou a idade mediana mais baixa, de apenas 18,1 anos, apontando para uma população consideravelmente mais jovem. No contexto português, a Madeira registou uma idade mediana de 46,6 anos, situando-se ligeiramente abaixo da média nacional (47 anos). Por sua vez, nos Açores este indicador situava-se nos 42,7 anos, posicionando-se abaixo tanto da Madeira, como de Portugal”, dizem os dados da DREM.

A direção regional acrescentou que entre os três Estados-membros da UE em análise, em 2023, Portugal destaca-se no que se refere ao envelhecimento populacional, apresentando a idade mediana mais elevada (47 anos), à frente da Espanha (45,3 anos) e da França (42,4 anos).

“À França pertenciam, contudo, as regiões que assumiam as posições nos extremos no que concerne a este indicador”, sublinhou a DREM.

“A taxa de crescimento natural, que corresponde ao rácio entre saldo natural (diferença entre os nados-vivos e os óbitos) e a população média, regista um valor mais baixo na Madeira (-5,3‰). Seguem-se as Canárias (-2,9‰), os Açores (-2,7‰) e Martinica (-2,0‰). Destas quatro RUP, apenas os Açores apresentam um valor superior ao do respetivo país (-3,9‰ em Portugal). As restantes RUP apresentam uma taxa de crescimento natural positivo, destacando-se Maiote (32,2‰)”, disse a DREM.

Já quanto ao índice sintético de fecundidade (ISF), que expressa o número de nados vivos por mulher em idade fértil
(15-49 anos), em 2022, traça uma “distinção clara” entre as regiões da Macaronésia e as de França, salientou a direção regional.

“As primeiras, apresentavam um ISF baixo, inferior a 2,1, que é o valor necessário para assegurar a substituição de gerações, com um mínimo nas Canárias (0,84) e um máximo nos Açores (1,35), estando este indicador na Madeira nos 1,26. As segundas, com exceção da Martinica (1,85), registam ISF elevados, com o máximo de 4,56 observado em Maiote”, disse a DREM.

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