Reguladores podem reforçar escrutínio à banca na transição energética, diz DBRS

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Os analistas da DBRS escrevem, numa nota publicada esta segunda-feira, que assim como o BCE já sinalizou que pode vir a aplicar coimas aos bancos que não cumpram os critérios em torno dos riscos climáticos e ambientais, também os reguladores podem fazer mais exigências.

São já muitos os bancos europeus a apostarem na transição energética, dando os passos necessários para cumprir os critérios impostos pelos reguladores. Mas há outras instituições financeiras que continuam a ficar aquém daquilo que é pedido pelas autoridades em termos da exposição ao risco climático e ambiental. De acordo com a DBRS, isto pode levar os reguladores a “apertarem” o escrutínio e a fazerem mais exigências ao sector.

“Os reguladores financeiros europeus têm encorajado os bancos a desempenhar um papel central na transição energética e a levarem a sério as suas elevadas exposições relacionadas com o clima”, numa altura em que os “custos associados às alterações climáticas são cada vez mais evidentes, com grande potencial de impacto financeiro nos balanços da banca caso os riscos não sejam devidamente mitigados”, referem analistas da DBRS numa nota publicada esta segunda-feira.

A agência de notação refere que, “apesar dos progressos feitos por muitos bancos no ajustamento da sua gestão para refletir os riscos climáticos e ambientais, ainda há muitas instituições financeiras que têm de comunicar adequadamente a sua exposição a estes mesmos riscos”.

“O Banco Central Europeu (BCE) já sinalizou a sua intenção de começar a aplicar coimas a bancos que não cumpram os requisitos relacionados com os riscos climáticos e ambientais” e “há notícias recentes que indicam que algumas instituições financeiras já foram multadas”, afirmam os analistas.

Além de impor coimas, o BCE tem um enquadramento regulatório que pode aplicar aqueles bancos que falharem repetidamente estes critérios, refere a mesma nota. Já os reguladores podem reforçar a sua autoridade ao exigirem, por exemplo, almofadas de capital mais elevadas para o sector fazer face ao risco ou impor restrições ao pagamento de dividendos, escreve a agência de notação, ainda que não veja isto a acontecer no curto prazo.

Para a DBRS, “isto pode ser um ponto de viragem para os reguladores na sua missão de responsabilizarem mais os bancos pela sua exposição aos riscos climáticos e ambientais”, considerando que a “margem de tolerância” dos reguladores europeus deverá “continuar a encolher” em torno dos bancos.

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