Reino Unido: Chefes de Governo da Commonwealth querem discutir reparações

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O Rei Carlos III, durante um discurso a líderes da Commonwealth, disse que “ninguém pode mudar o passado” e que “é vital” compreender a história.

Vários chefes de Governo da Commonwealth querem iniciar uma discussão sobre se o Reino Unido deve pagar reparações pelo papel que teve no tráfico de escravos, avança a “BBC” esta sexta-feira. Num discurso aos líderes da Commonwealth, em Samoa, Carlos III afirmou que é “vital” compreender a história.

“A nossa coesão requere que reconheçamos de onde viemos. Eu entendo ao falar com pessoas da Commonwealth que os aspetos mais dolorosos do nosso passado continuem a ressoar. É vital que compreendamos a nossa história. Para nos guiar a fazermos as escolhas certas no futuro”, disse o rei Carlos III durante o seu discurso dirigido aos líderes da Commonwealth.

Durante a sua intervenção, o monarca britânico salientou que “ninguém pode mudar o passado”.

Fontes diplomáticas admitiram à publicação que vários chefes de governo da Commonwealth querem iniciar uma “conversa significativa” sobre se o Reino Unido deve pagar reparações pelo papel que teve no tráfico de escravos.

O canal televisivo britânico salientou que têm existido apelos crescentes por parte dos líderes da Commonwealth para que o Reino Unido peça desculpa e faça reparações.

A “BBC” salientou que, no rascunho do comunicado da cimeira que junta líderes da Commonwealth, os chefes de Governo notaram “pedidos para discussões sobre justiça reparatória no que diz respeito ao comércio transatlântico de africanos escravizados e à escravização de bens móveis”, e “concordaram que chegou a altura para uma conversa significativa, verdadeira e respeitosa para construir um futuro comum baseado na equidade”.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer, citado pela “BBC”, considerou que a escravatura é “abominável” e destacou a importância de se “falar sobre a história”.

A questão das reparações também já entrou no discurso político português. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, em abril, durante um evento com a imprensa internacional, que “Portugal assumia total responsabilidade” pelo que aconteceu no passado, considerando que os “massacres coloniais” tiveram “custos”.

O chefe de Estado defendeu que Portugal “tem de pagar esses custos”, acrescentando que “há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram roubados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos fazer para reparar isso”.

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