Reino Unido é o primeiro país do G7 a acabar com a energia a carvão

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ENERGIA

30 set, 2024 - 22:49 • Lara Castro com Reuters

Em 2015 quase 30% da eletricidade do país era produzida a partir do carvão, mas em 2023 essa percentagem caiu para pouco mais de 1%.

Depois de 140 anos a transformar carvão em eletricidade, a Central Ratcliffe-on-Soar, no centro de Inglaterra, vai fechar esta segunda-feira. O Reino Unido passa assim a ser o primeiro país do G7 a acabar com a produção de energia a carvão.

Em 2015, o Reino Unido anunciou planos para encerrar as centrais a carvão na década seguinte, no âmbito de medidas mais amplas para atingir os seus objetivos climáticos.

Nessa altura, quase 30% da eletricidade do país era produzida a partir do carvão, mas em 2023 essa percentagem caiu para pouco mais de 1%.

“O Reino Unido provou que é possível eliminar gradualmente a energia a carvão a uma velocidade sem precedentes”, afirmou Julia Skorupska, diretora do secretariado da Powering Past Coal Alliance, um grupo de cerca de 60 governos nacionais que procuram acabar com a energia a carvão.

Desde 1990 que a emissão de gases com efeito de estufa no Reino Unido diminuiu para mais de metade. A diminuição da produção de eletricidade a partir do carvão contribuiu para essa redução.

O Reino Unido tem como objetivo atingir emissões líquidas nulas até 2050 e planeia também descarbonizar o setor da eletricidade até 2030, o que exige um rápido aumento das energias renováveis, como a eólica e a solar.

“A era do carvão pode estar a terminar, mas uma nova era de bons empregos no sector da energia para o nosso país está apenas a começar”, afirmou o ministro da Energia, Michael Shanks, em comunicado.

As emissões de energia representam cerca de três quartos do total de emissões de gases com efeito de estufa e os cientistas afirmam que a utilização de combustíveis fósseis deve ser reduzida para cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris sobre o clima.

Em abril, os principais países industrializados do G7 concordaram em eliminar a energia a carvão na primeira metade da próxima década, mas também deram alguma margem de manobra às economias que dependem fortemente do carvão, o que suscitou críticas dos grupos verdes.

“Há muito trabalho a fazer para garantir que o objetivo de 2035 seja cumprido e antecipado para 2030, em especial no Japão, nos EUA e na Alemanha”, afirmou Christine Shearer, analista de investigação do Global Energy Monitor.

A energia do carvão continua a representar mais de 25% da eletricidade da Alemanha e mais de 30% da eletricidade do Japão.

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