Reino Unido vai dar mais 9,7 ME para ajuda humanitária

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O Reino Unido vai adicionar nos próximos três anos 8,3 milhões de libras (9,7 milhões de euros) para apoio humanitário à província moçambicana de Cabo Delgado, anunciou hoje a Alta Comissária britânica para Moçambique.

"Já fornecemos mais de 24 milhões de libras [28,1 milhões de euros] para a província de Cabo Delgado em termos de ajuda humanitária, não só em resposta aos ataques, para as pessoas deslocadas, mas também por causa dos eventos climáticos", disse a diplomata, Helen Lewis, em Pemba, justificando este apoio adicional com a necessidade de fazer face à situação dos deslocados das últimas semanas, em fuga aos ataques de grupos insurgentes, mas também para minimizar as dificuldades das famílias afetadas pelas alterações climáticas no norte do país.

Após vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados pela violência terrorista em Cabo Delgado, a província tem registado, há algumas semanas, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação e levado à fuga da população em vários distritos.

Esta nova vaga de ataques terroristas em Cabo Delgado provocou 99.313 deslocados só em fevereiro, incluindo 61.492 crianças (62%), indicou uma estimativa divulgada esta semana pela Organização Internacional das Migrações (OIM).

"Dada esta situação e com novas pessoas deslocadas, vamos aumentar isso [apoio] e vamos fornecer mais 8,3 milhões de libras durante os próximos três anos, nas áreas de abrigo, saúde mental, e também para a coordenação da comunidade internacional, numa área muito importante, de identidade, para refazer e oferecer documentos de identificação para as pessoas deslocadas", explicou Helen Lewis.

O valor será canalizado para as agências das Nações Unidas que trabalham no terreno, acrescentou, em declarações aos jornalistas depois de três dias de visita à província de Cabo Delgado, no norte do país.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados disse em 07 de março que só garantiu 5% dos 400 milhões de dólares necessários para responder à crise de deslocados provocados pelos ataques terroristas e desastres naturais no norte de Moçambique.

"Infelizmente, não está bem financiando", admitiu Filippo Grandi, em declarações aos jornalistas em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, após visitar campos de reassentamento de populações deslocadas, em fuga aos últimos ataques terroristas, reforçando o apelo ao apoio internacional.

O líder do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) avançou que os ataques terroristas na província, desde 2017, já provocaram cerca de 1,3 milhões de deslocados e que 780 mil pessoas permanecem fora das aldeias de origem, apesar de 600 mil já terem regressado.

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