Número de casas disponíveis para arrendamento subiu 50% em 2023 mas o preço das rendas encareceu para valores que não se viam desde 1994, de acordo com a manchete do “Público” desta quinta-feira.
O número de anúncios de casas disponíveis para arrendar em Portugal aumentou acima de 50% no ano passado, mas, neste mesmo período, os preços apresentaram outro aumento significativo: verificou-se o maior aumento de rendas desde 1994, ou seja, em 30 anos.
De acordo com o “Público”, o primeiro dado foi revelado por Pedro Nuno Santos, apresentado como um sinal positivo do programa “Mais Habitação”, mas há outros fatores a serem considerados, como a taxa de variação ser apurada por um só portal de anúncios, o aumenta da oferta não se traduzir na resposta ajustada às necessidades da procura e valores da renda continuam a aumentar apesar do aumento da oferta.
No entanto, e apesar do líder do PS ter atribuído o aumento da oferta ao pacote governamental, o “Público” lembra a improbabilidade deste facto, sendo que o apoio legislativo entrou em vigor em outubro de 2023.
Os dados mostram que a celebração de novos contratos está a diminuir, enquanto os preços continuam a subir a um ritmo acelerado. Entre janeiro e setembro do ano passado foram celebrados 69.712 novos contratos de arrendamento (dados do INE consultados pelo “Público”), num quebra de 0,3%.
Por sua vez, os dados de janeiro de 2024 mostram que as “rendas efetivas pagas por inquilinos” aumentaram 5,93% face ao período homólogo. Ou seja, é preciso recuar até dezembro de 1994 para encontrar uma subida tão significativa, tendo em conta a inflação e preço por metro quadrado.
Importa relembrar que, ajustadas à inflação, as rendas tiveram uma atualização anual de 6,94% no fim do ano passado, o que já se traduziu num aumento este ano.