Repsol: lucros caem 25% e dividendos sobem 30%

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A petrolífera espanhola surpreendeu o mercado atribuindo aos acionistas uma remuneração que não estava no plano dos analistas nem para este ano nem para o próximo.

A Repsol apresentou os resultados de 2023, onde pontifica um lucro líquido de 3.168 milhões de euros, menos 25,5% que em 2022, quando a petrolífera espanhola atingiu os 4.251 milhões de euros. O grupo continuou a reduzir a sua alavancagem, reduzindo a dívida líquida em 7% para 2.096 milhões de euros, reduzindo o rácio da dívida para 6,7% face aos 8% no final do ano anterior.

A Repsol anuncia ainda um aumento de dividendos de 30%, para 0,9 euros por ação em 2024 e confirmou, como os analistas antecipavam, uma nova recompra de ações de 35 milhões de papéis.

Os resultados do grupo em 2023 refletem uma forte queda no lucro líquido, depois de alcançar um 2022 – e como sucedeu um pouco por todas as empresas do sector na Europa – lucros históricos graças aos altos preços do petróleo atingidos durante esse ano, e que motivaram fortes críticas da parte de vários sectores da sociedade. Num contexto de normalização dos preços do petróleo bruto nos mercados internacionais que foi acontecendo em 2023, os lucros da petrolífera e de todos o sector sofreram uma redução.

Mas o grupo mantém uma visão positiva do balanço: “2023 foi um ano extraordinário. Alcançámos 7.064 milhões de euros de fluxo de caixa, o segundo maior valor da nossa história no contexto de um ambiente incerto e volátil. Isso é uma evidência clara da alta qualidade do nosso portfólio integrado, da gestão disciplinada e de uma estratégia para o futuro”, disse Josu Jon Imaz, CEO da empresa, na apresentação dos resultados.

A Repsol anunciou também um aumento da remuneração dos acionistas, que crescerá cerca de 30%, com o pagamento de dividendos em dinheiro a subir para os 0,9 euros por ação. A empresa também realizará uma recompra de ações que chegará a 35 milhões de ações este ano, para resgatar 40 milhões de ações antes do final do primeiro semestre.

O novo dividendo em dinheiro representa um aumento de quase 30% face aos 0,7 euros que a empresa se tinha comprometido a distribuir este ano no âmbito do seu plano estratégico, e também supera as previsões de dividendos dos analistas – que eram de ‘apenas’ 0,8 euros por ação. O mercado antecipava que o grupo petrolífero atingiria um patamar de dividendos de 0,87 euros por ação em 2024 e em 2025 – mas a administração ‘furou’ essa estimativa agora tornada conservadora.

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