Resposta de Israel “pode ser decisiva para a sobrevivência do Irão”

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O diretor do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica, Ricardo Ferreira Reis, considera que a prometida resposta israelita ao ataque da noite de terça-feira do Irão, “pode ser determinante” para “a sobrevivência do regime iraniano”.

Para o especialista em assuntos internacionais, “é possível que Israel esteja a ponto de ganhar uma guerra que nem sempre foi fria contra o Irão”, principalmente depois do que “aconteceu no Líbano nestes últimos dias, sobretudo ao Hezbollah”.

Para Ricardo Ferreira Reis, no Líbano, o ataque de Israel está a ser “uma decapitação radical, que não ficou apenas pelo pescoço”, do Hezbollah.

“Toda a direção, toda a chefia da estrutura terrorista foi completamente aniquilada” e, num quadro em que “capacidade de regeneração de um movimento como o Hezbollah, sem a estrutura de comando de topo, depende imenso do Irão, aquilo que o regime iraniano terá percebido é que, provavelmente, já não o consegue fazer”.

O especialista lembra que "os recursos do Irão não são inesgotáveis e há uma crise social e política bastante grande no país”. Assim, o ataque a Israel poderá ter sido “uma espécie de canto do cisne do regime iraniano”.

“Vejo isto como uma espécie de final de linha das hipóteses do Irão de condicionar aquilo que acontece em Israel”, remata.

Debate Walz/Vance: empate com “golo no último minuto”

O ataque de Irão a Israel aconteceu poucas horas antes do debate entre os candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos. Um acontecimento que, para Ricardo Ferreira Reis, prejudica a candidatura democrata, principalmente depois de “o Presidente Biden ter dado ordens para os Estados Unidos auxiliarem Israel”, sendo "largamente apoiado por Kamala Harris”.

Estas posições "alienam a parte do eleitorado de esquerda que apoia a Palestina”.

No debate da noite de terça-feira, o democrata Tim Walz "tomou uma posição razoavelmente clara de apoio a Israel, mas teve o cuidado de não esquecer a situação em Gaza para não alienar o resto da tal franja que apoia a Palestina”. Já JD Vance e o Partido Republicano “estão muito mais à vontade nesta matéria e podem apoiar claramente Netanyahu e a posição de Israel”.

Num debate “moderado e inclusivo”, mas “não tão determinante como se estava à espera”, Ricardo Ferreira Reis diz que não houve “um vencedor claro”, com Tim Walz “só no final a marcar um golo para equilibrar um pouco a contenda”, que até então estava a ser dominada pelo republicano JD Vance que teve uma atitude “mais presidencial”.

“Ganhando os republicanos, a probabilidade de JD Vance chegar a Presidente é bastante elevada, sobretudo face aos problemas judiciais de Donald Trump”.

No debate “JD Vance foi bastante mais contido, bastante mais moderado e muito menos agressivo do que costuma ser nos comentários televisivos e o ‘fact checking’ das suas afirmações aponta para comentários muito assertivos e genuínos”. Por isso, diz o diretor do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica, “a ter que designar um vencedor, teria que ser JD Vance”.

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