O dia de hoje começou com buscas na Madeira, dirigidas pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal do Ministério Público, relacionadas com suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, abuso do poder, entre outros.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou hoje cerca de 100 buscas na Madeira, nos Açores e em alguns pontos do continente, por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, abuso do poder, entre outros. A investigação está a ser dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal do Ministério Público.
Onde foram realizadas as buscas?
Até agora foram realizadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias na Madeira, o Concelho dos Paços da Câmara Municipal do Funchal também foi alvo de buscas. Os concelhos madeirenses de Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava, juntamente com os concelhos da grande Lisboa de Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa, e as localidades do Porto, Braga, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada, também foram locais onde ocorreram buscas.
Em que é que se baseiam as investigações da PJ?
Na base da investigação dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal do Ministério Público estão suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, abuso do poder, entre outros.
Quais são as suspeitas sobre o presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque?
A investigação visa altos decisores políticos do poder regional, para além de Miguel Albuquerque, por relações de alegada promiscuidade com grupos económicos.
Miguel Albuquerque, que foi alvo de buscas em sua casa, enfrenta suspeitas sobre a sua relação com o grupo Pestana, detentor de vários hotéis na ilha e com sociedade estabelecida com Cristiano Ronaldo. Mais concretamente na venda de uma quinta sua, em 2017, a um fundo imobiliário, pela quantia de 3,5 milhões de euros, na qual se suspeita da sua participação nesse fundo, tendo esse dinheiro sido uma contrapartida paga em atos corruptivos.
Quais as suspeitas que recaem sobre o presidente da Câmara municipal do Funchal, Pedro Calado?
Antes de trabalhar na Câmara do Funchal, Pedro Calado tinha trabalhado para o grupo empresarial AFA, um grupo de engenharia e construção que detém os hotéis Savoy. O Ministério Público considera que Pedro Calado tem um pacto corruptivo com este grupo, favorecendo várias aprovações de licenciamento camarário.
Quem já foi detido?
Até agora a PJ deteve três pessoas. O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e dois gestores do grupo AFA, Avelino Farinha, líder do grupo, e Caldeira Costa, líder da sucursal de Braga.
Os detidos vão ser levados a um juiz de instrução criminal, que deverá aplicar medidas de coação.
category-label- 
