Ricardinho prestes a definir futuro: «Está tudo 90% feito»

1 mes atrás 31

Ricardinho, em mais um episódio do Ciência e Futebol, podcast do Portugal Football Observatory, da FPF, falou do trajeto na Seleção Nacional que deixou aos 36 anos, as ambições no Mundial que está prestes a começar no Uzbequistão e do futuro que espera ver definido nos próximos dias.

A poucos dias do arranque do Mundial de futsal no Uzbequistão, aquele que foi eleito o melhor jogador do mundo em 2010, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018 teve dificuldades em eleger o momento que mais o marcou na Seleção. 

"Acho que é difícil escolher a mais marcante, sinceramente, mas eu acho que o Europeu na Eslovénia foi algo que nos fez mudar, ou que nos fez acreditar mais. Eu acho que nós precisávamos de uma conquista. Acima de tudo, para acreditar realmente que éramos bons. Nós sabíamos da nossa qualidade, mas tínhamos sempre muitas dúvidas nas partes finais das competições", recordou, concretizando: "E essa foi um clique para todos, não só em termos de grupo, mas também individualmente, porque nós tínhamos aquela dúvida, sempre que apanhávamos a Espanha ou a Rússia, seleções a quem não conseguíamos ganhar, havia ali um bloqueio mental e esse foi um desbloqueio incrível em todos os aspectos. Foi o conseguir ganhar a Espanha, o conseguir ganhar também sem Ricardinho, o conseguir ganhar a uma das melhores seleções do mundo e que as pessoas começassem a olhar para nós, não como a seleção do 'quase', mas cuidado que isto agora pode mudar. E assim foi. Quando fomos para o Mundial, eu senti isso. Senti que as pessoas olhavam para nós já com aquele temor de 'cuidado, que eles conseguem'."

A análise prosseguiu. "E conseguimos realmente meter o nome de Portugal no topo do mundo. E depois, a partir daí, foi mostrar que realmente eu tinha razão. Com a conquista do Europeu na Holanda, depois a finalíssima lá na Argentina, se não me engano. Foi surreal. É surreal o que esta seleção está a fazer", vincou lembrando o espírito de solidariedade que é trunfo por onde tem passado: "Como o momento que eu vivi no Inter Movistar. Em termos de clubes. Juntou-se um grupo. Foi-se juntando e criando um grupo de trabalho com uma mentalidade muito forte. Cada um sabendo qual a sua tarefa e em que momento tem que ajudar. Ninguém querer ser a estrela cadente. Todos serem estrelas. No céu. Que é muito importante. Porque hoje brilhas tu. Amanhã brilho eu. E depois pode ser aquele. E todos são importantes. Cada um na sua área. E cada um no seu momento. Não havia cá egos. Não havia cá eu sou melhor. E porque não jogo? Não. Era totalmente o contrário. Era quando o jogador ficava de fora. Todos iam abraçá-lo e dar-lhe força para que ele sinta que faz parte. Mesmo estando de fora."

Quanto ao Mundial, Ricardinho, não tem dúvidas: "Toda a gente fala muito de Espanha, do Brasil, de Portugal, de Marrocos. São os favoritos. Mensagem para a Seleção? Que nos representem como sabem, muito bem, para no fim fazermos todos a festa juntos."

No que diz respeito ao futuro, revela contar ter tudo tratado para a semana. "Está tudo no segredo dos deuses (risos). Não, a sério, está tudo 90% decidido. Vou pôr-me à prova mais uma vez, numa liga onde nunca joguei, para conquistar uma liga que não me lembro se algum português conquistou ainda. Vamos tentar fazer história", rematou.

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