Ricardo Paiva sem meta pontual para a permanência: «Estamos obrigados a pensar jogo a jogo»

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Depois do empate caseiro frente ao Rio Ave, o Boavista volta a entrar em campo esta sexta-feira, pelas 20h15, frente ao Farense, no Estádio São Luís. Na antevisão, Ricardo Paiva, técnico dos axadrezados, disse esperar dificuldades frente à turma de José Mota, apesar desta não vencer há nove jornadas, e garantiu que o plantel está pronta para colmatar as ausências já conhecidas de Reisinho e Salvador Agra, por castigo. Já em relação às contas da permanência, prefere não arriscar uma fasquia pontual que permita dar outra tranquilidade às panteras.

Antevisão ao duelo com o Farense: "Num campo tradicionalmente difícil, esperamos um jogo igualmente difícil, com uma equipa que tem uma média de idades alta, se traduz naturalmente em experiência, capaz de executar o seu jogo sempre com lucidez e de colocar o adversário sempre em sobressalto. Espero um jogo bem disputado, preparamos-nos no sentido de corresponder de uma forma positiva, sinto a equipa confiante, com um bom espírito e espero que amanhã isso esteja transportado para dentro do campo."

Ausência de vitória do Farense é um foco de instabilidade a explorar pelo Boavista? "É verdade que o Farense não vence há nove jornadas, no entanto, temos que perceber que tipo de adversários é que o Farense enfrentou nessas jornadas. Apanharam grandes pelo meio, têm uma série de empates também, resultados esses que se podem entender como positivos. Esse facto não tira qualquer valor ao campeonato que o adversário está a fazer. Não foi com essa premissa que preparamos o jogo, foi sim contando com as mais-valias do adversário e com a possibilidade de executarmos e de pôr-nos em prática o nosso jogo e as dinâmicas que trabalhamos. Portanto, não parece que seja esse o fator determinante, mas sim as valências de cada uma das equipas."

Boavista vai voltar a precisar da capacidade de superação que mencionou Agra para ultrapassar as ausências: "Desde o início tem sido dessa forma, que é isso que nos caracteriza, no dia-a-dia, tentarmos encontrar soluções de forma a fazermos face ao jogo que temos pela frente. Este não fugirá à regra e a a ausência de uns é naturalmente a oportunidade de outros. Foi dessa forma que conseguimos motivar os jogadores para estarem preparados para responder a tudo o que foi trabalhado ao longo da semana. Essa questão das lesões, das ausências por castigo, são um fator que nos acompanha equipa, e durante esta semana tivemos infelicidade de termos aqui vários jogadores afetados por uma virose gástrica e que condicionados. Vamos ter que utilizar os jogadores que temos ao dispor e pormos em prática aquilo que foi trabalhado, de uma forma séria, de uma forma comprometida, independentemente de quem quer que vá para o retângulo de jogo, com seriedade, compromisso e foco no nosso objetivo."

Semana de preparação mais calma que a anterior: "Foi mais calma, sim. Tivemos os jogadores presentes no estádio. Essas condicionantes foram geridas da forma possível, naturalmente, mas conseguimos trabalhar com o grupo presente cá no estádio. Na semana passada foi diferente com a ausência dos jogadores, quer presencialmente, quer no treino, por questões de recuperação."

Consegue prever uma fasquia pontual que possa ser segura para garantir a permanência: "Não consigo fazer previsão em termos pontuais. Consigo fazer uma previsão semanal dos nossos objetivos e diária daquilo que é o registo de trabalho para conseguimos corresponder a cada jogo que se avizinha, como uma possibilidade de trabalharmos e conquistarmos pontos, se possível, os três pontos. É dessa forma que eu tenho conduzido os trabalhos, sem nunca pensar muito à frente, porque estamos obrigados a pensar jogo a jogo. Já tive a oportunidade de dizer lá atrás que o caminho era longo, era árduo, e essa caminhada tem de ser feita de uma forma muito ponderada e dia a dia, até porque estas questões a que eu já respondi [sobre o plantel curto] acabam por ser um facto com o qual estamos obrigados a lidar diariamente." 

Seca de Bozeník: "A questão da produtividade não se resume só aos golos. Sei que todos nós apontamos como objetivo ou como missão de um ponta de lança o golo, mas o Robert dá-nos muito mais do que isso. Consegue trabalhar, consegue produzir para que outros jogadores surjam nessa zona de finalização e não está só o Robert obrigado a fazer golo. Não há uma explicação clara para isso, mas com naturalidade os golos vão surgir. Da forma que ele trabalha, da forma como ele está determinado em fazer golos, eles vão surgir com naturalidade, sem que isso tenha de ser uma preocupação ou um peso adicional que ele tenha que carregar sozinho."

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