Rússia. Abatidos reclusos que fizeram reféns em colónia penal e mataram quatro funcionários

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No total, oito funcionários da prisão e quatro reclusos foram mantidos como reféns. Foto: Stringer / Reuters

Os serviços de segurança russos mataram a tiro quatro reclusos depois de estes terem feito reféns na colónia penal IK-19 Surovikino e esfaqueado fatalmente quatro dos seus funcionários. Os presidiários abatidos esta sexta-feira publicaram vídeos online nos quais se descreviam como militantes do autoproclamado Estado Islâmico.

“Com quatro tiros precisos, os snipers de elite das forças especiais da Guarda Nacional Russa na região de Volgogrado neutralizaram quatro prisioneiros que tinham feito reféns os funcionários da prisão. Os reféns foram libertados”, declarou a agência noticiosa estatal RIA, citando as autoridades.

O serviço federal de prisões disse, por sua vez, que os quatro atacantes foram “liquidados” e quatro funcionários do estabelecimento morreram com ferimentos de faca, enquanto outros foram tratados no hospital.
No total, oito funcionários da prisão e quatro reclusos foram mantidos como reféns.
Num dos vídeos publicados pelos atacantes, as vítimas são vistas deitadas numa poça de sangue, uma delas com a garganta cortada, enquanto um dos prisioneiros gritava que eram combatentes do autoproclamado Estado Islâmico.

Nas imagens, um dos homens aparentava ter um colete explosivo improvisado e os outros transportavam facas e martelos. Os reclusos foram ainda gravados a dizer que a Rússia “oprime os muçulmanos em todo o lado” e que tinha agido “sem misericórdia” em resposta a alegados maus tratos infligidos a prisioneiros muçulmanos.

Segundo a imprensa russa, os quatro homens eram cidadãos do Tajiquistão e do Uzbequistão e três deles estavam presos por crimes relacionados com drogas, enquanto o outro estava detido por ter assassinado uma pessoa.

O governador da região de Volgogrado, Andrei Botcharov, reagiu no Telegram, afirmando que “todos os que se encontram no território russo são obrigados a respeitar e a observar as leis da Rússia”.

“Não permitiremos que ninguém tente fomentar a discórdia étnica”, acrescentou.

A prisão palco do incidente é um estabelecimento de “regime estrito”, com condições de detenção rigorosas. Situa-se na cidade de Sourovikino, a cerca de 120 quilómetros a oeste de Volgogrado, a capital regional, e possui cerca de 1.200 reclusos.
Ataques multiplicam-se
A operação para libertar os reféns aconteceu depois de o presidente Vladimir Putin ter dito, durante a reunião semanal do seu Conselho de Segurança, que queria ouvir o ministro do Interior, o chefe do Serviço Federal de Segurança e o chefe da Guarda Nacional sobre o incidente.

A Rússia, cujas agências de defesa e segurança estão fortemente concentradas na guerra na Ucrânia, tem assistido a um recente aumento dos ataques de militantes islâmicos.

Em junho, vários homens foram mortos depois de terem feito reféns dois guardas prisionais num estabelecimento prisional da região de Rostov, próxima de Volgogrado.

Também nesse mês, pelo menos 20 pessoas foram mortas em ataques a tiro numa igreja, uma sinagoga e um posto de controlo da polícia no Daguestão, uma região maioritariamente muçulmana do sul da Rússia.

Em março, o autoproclamado Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade por um ataque no qual homens armados invadiram a sala de concertos Crocus City, perto de Moscovo, e dispararam sobre o público, matando mais de 140 pessoas.

c/ agências

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