Rússia diz que Ucrânia atingiu terceira ponte dentro do seu território, em Kursk

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19 ago, 2024 - 16:54 • Reuters

Kiev ainda não comentou novo ataque. Batalha intensifica-se na cidade estratégica de Pokrovsk, em Donetsk.

Moscovo confirmou esta segunda-feira que a ofensiva ucraniana atingiu uma terceira ponte na região russa de Kursk, desta feita no rio Seym, que atravessa aquela área fronteiriça do nordeste da Ucrânia, a anorte de kharkiv.

Kiev ainda não comentou o ataque, mas o chefe da força aérea ucraniana confirmou anteriormente que as suas forças tinham destruído duas pontes, com o objetivo de enfraquecer a capacidade logística do inimigo.

Analistas militares afirmam que as pontes em causa são parte fundamental das linhas de reabastecimento das tropas russas que defendem a área. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os danos nas pontes ou a situação no campo de batalha na região de Kursk.

A Ucrânia afirma que já domina mais de 80 localidades numa área de mais de 1.150 km quadrados, na região de Kursk. A ofensiva surpresa iniciou-se a 6 de agosto e é a maior incursão em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.

Mas as forças ucranianas estão na defensiva noutras zonas e enfrentam uma batalha intensa para proteger a cidade estratégica de Pokrovsk, em Donetsk, onde a Rússia tem avançado de forma consistente nas últimas semanas.

As tropas russas estão agora a 10 km das fronteiras da cidade, assegurou Serhiy Dobriak, chefe da administração militar local. O governador regional Vadym Filashkin acrescentou que o recolher obrigatório foi apertado nas zonas limítrofes da cidade e que a situação era “muito difícil”.

De acordo com o comandante das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky, Kiev está a “fazer tudo o que é necessário” para defender a cidade de Toretsk, no leste do país, à medida que Moscovo tenta enfraquecer as linhas de abastecimento ucranianas. A Rússia afirma ter capturado a cidade de Zalizne, nas proximidades.

Negociações de paz fora de hipótese

“Estamos a atingir os nossos objetivos”, afirmou esta segunda-feira o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, no Telegram, referindo-se à incursão de duas semanas na região de Kursk. Zelensky adiantou que mais soldados russos foram feitos prisioneiros.

No domingo, o presidente ucraniano tinha já dito que as suas tropas estavam a levar a cabo “ações de contraofensiva máximas” destinadas a criar uma zona-tampão e a desgastar a máquina de guerra da Rússia.

“Tudo o que infligir perdas no exército russo, no Estado russo, no seu complexo militar industrial e na sua economia ajuda-nos a prevenir o alargamento da guerra”, acrescentou Zelensky.

Mais de 121 mil pessoas foram retiradas de nove localidades fronteiriças na região de Kursk, adiantaram os serviços de emergência russos.

O adjunto presidencial Yuri Ushakov indicou que Moscovo não está disposto a iniciar negociações de paz com a Ucrânia por agora, no seguimento do ataque de Kiev a território russo. A Ucrânia exige uma retirada total das tropas russas do seu território antes de equacionar a hipótese de qualquer negociação.

Apoio dos aliados vai manter-se?

A guerra na Ucrânia, que já provocou a morte de dezenas de milhares de pessoas e devastou cidades inteiras em território ucraniano, não dá sinais de abrandar. Kiev espera que Moscovo reforce as suas forças na Ucrânia até ao fim do ano, dos 600 mil homens atuais para 800 mil.

O país tem recebido ajuda em armamento enviado pelos aliados, mas receia que este apoio possa diminuir com o prolongar da guerra.

O Reino Unido reiterou o apoio à Ucrânia esta segunda-feira e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi deverá visitar Kiev na próxima sexta-feira.

Já na Alemanha, as ações da empresa de defesa Rheinmetall caíram esta segunda-feira, depois de um jornal ter noticiado que o ministro das Finanças não aprovaria novos programas de ajuda ao esforço militar ucraniano devido a limitações orçamentais. Um porta-voz do ministério alemão afirmou, entretanto, que estava a trabalhar intensivamente com os parceiros do G7 num plano para disponibilizar empréstimos para apoio militar à Ucrânia, a partir de bens congelados russos.

E há um novo indicador de tensão a somar a tudo isto: a agência noticiosa russa RIA dá conta de que Moscovo apresentou queixa à Alemanha por causa da investigação ao incidente que causou a explosão do gasoduto Nord Stream, em 2022.

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