O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros anunciou esta terça-feira que Rússia e Irão deverão celebrar um "entendimento" de grande amplitude ainda mais cedo do que o previsto.
O anúncio comprova a crescente aproximação política, comercial e militar entre Moscovo e Teerão, vista com preocupação por Washington.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se durante cinco horas no Kremlin com o seu homólogo iraniano, Ebrahim Raisi.
Há cerca de um mês, o Governo russo anunciou que os dois Estados estavam a desenvolver as suas relações, "incluindo no campo da cooperação técnico-militar".
Tal como a Coreia do Norte, o Irão tem estado a fornecer armas à Rússia, especialmente drones de que Moscovo tem feito um uso alargado contra a Ucrânia. A Casa Branca adiantou que o Irão poderá vir a fornecer à Rússia mísseis balísticos.
Investimentos militares
Os dois países, ambos inimigos dos Estados Unidos da América, têm estado a investir em novas armas, numa altura em que dois teatros de guerra, Ucrânia e Gaza, centram as atenções internacionais.
Há dois dias, a agência estatal iraniana de notícias IRNA revelou novos drones de combate Karrar, equipados com mísseis ar-ar, como reforço do arsenal "de todas as fronteiras do país". Os drones têm um alcance operacional de até 1.000 quilómetros e foram exibidos numa cerimónia televisiva organizada numa academia militar de Teerão.Já esta segunda-feira, Vladimir Putin esteve presente no lançamento de dois novos submarinos nucleares que irão reforçar a frota do Pacífico, parte daquilo que o presidente chamou a nova força para expandir o poder naval da Rússia.
O presidente russo viajou até Severodvinsk para apreciar os submarinos, batizados Krasnoyarsk e Imperador Alexandre III, nos estaleiros navais de Sevmash.
Putin revelou que os dois submarinos nucleares se incluem em duas séries separadas de submersíveis que a Rússia se prepara para lançar.
A aproximação entre Moscovo e Teerão não é apenas uma preocupação para os Estados Unidos.
O Irão é o principal inimigo de Israel e o grande fornecedor do movimento palestiniano Hamas e da guerrilha libanesa do Hezbollah, em amamento e financiamento. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou este domingo com Putin, a quem expressou a sua "desaprovação robusta" para com a cooperação "perigosa" da Rússia com o Irão.
com agências