Rússia retira moradores da região de Belgorod após intensificação dos ataques ucranianos

8 meses atrás 68

Reuters

A Rússia anunciou esta segunda-feira que cerca de 300 residentes de Belgorod decidiram sair da cidade após a Ucrânia ter intensificado os ataques naquela região fronteiriça. Esta é a primeira vez em dois anos de conflito com a Ucrânia que Moscovo apela à retirada de cidadãos de uma grande cidade.

“Cerca de 300 residentes de Belgorod, que decidiram ser retirados temporariamente, estão agora alojados em centros de acolhimento em Stary Oskol, Gubkin e no distrito de Korotchansky”, mais longe da fronteira com a Ucrânia, disse o governador regional, Vyacheslav Gladkov, num vídeo publicado na rede social Telegram esta segunda-feira.

Na sexta-feira, Gladkov tinha proposto aos residentes que saíssem da cidade de Belgorod e ofereceu-se para ajudar qualquer residente que estivesse preocupado com a recente onda de ataques ucranianos na região.

Gladkov adiantou ainda que nas últimas 24 horas, as autoridades regionais também “receberam 1.300 pedidos para enviar crianças de Belgorod para campos escolares fora da cidade, noutras regiões”.

Esta é a primeira vez em dois anos de conflito com a Ucrânia que Moscovo apela à retirada de cidadãos de uma grande cidade como Belgorod. Esta medida sem precedentes para uma grande cidade da Rússia contradiz as afirmações do Kremlin sobre a guerra, que tem dito que o conflito não está a afetar diretamente a vida quotidiana e a segurança dos russos.

Kiev intensificou os ataques nesta região russa depois de Moscovo ter desencadeado, no final de dezembro, o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início do conflito. A 29 de dezembro, a Rússia disparou 158 drones e mísseis, incluindo mísseis hipersónicos, contra alvos civis em toda a Ucrânia, matando pelo menos 47 pessoas.

No dia seguinte a estes ataques aéreos, 25 pessoas foram mortas em Belgorod num ataque de retaliação ucraniano, o número mais alto de civis mortos em solo russo desde o início da ofensiva militar de Moscovo na Ucrânia.

Após este ataque, Gladkov disse que recebeu mensagens de moradores em Belgorod que diziam: “Estamos com medo, ajude-nos a ir para um lugar seguro”.

Neste contexto, a Câmara Municipal de Belgorod já tinha apelado na sexta-feira, pela primeira vez em dois anos, aos residentes para que protegessem as suas janelas de possíveis estilhaços de vidro devido aos ataques ucranianos.

Num sinal de preocupação crescente nesta área, as autoridades regionais também anunciaram o adiamento do início do ano letivo escolar em Belgorod e arredores para o período entre 09 e 19 de janeiro.

Já esta segunda-feira, pelo menos quatro civis ucranianos morreram após um ataque russo com mísseis nas regiões de Khmelnytskyi e Kryvyi Rih.

Kiev, por sua vez, diz ter destruído 18 dos 51 mísseis russos lançados contra “infraestruturas importantes”, uma taxa de eliminação muito menor do que o normal, o que Kiev atribuiu ao grande número de mísseis balísticos disparados pela Rússia, que são mais difíceis de intercetar.

c/ agências

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