Saída de emergência de discoteca onde morreram 13 pessoas estava fechada

Uma das saídas de emergência das discotecas Teatre e Fonda Milagros, onde morreram 13 pessoas no passado mês de outubro, na sequência de um incêndio, em Múrcia, Espanha, estava fechada com grades e cadeados, segundo um relatório dos bombeiros.

De acordo com a estação espanhola Telecinco, que teve acesso ao relatório, os bombeiros responsáveis por apagar o fogo "pelas traseiras" do edifício tiveram de forçar "duas portas" até chegar à saída de emergência, que se situava num corredor estreito com "numerosos obstáculos e pertences acumulados".

Depois, a equipa de bombeiros conseguiu "chegar a uma das portas de emergência da sala do Teatre, procedeu à sua abertura forçada com um pé de cabra e encontrou uma grade fechada a dois níveis com cadeado".

O relatório, que foi enviado para o tribunal que está a investigar as mortes, frisou que a discoteca tinha uma das saídas de emergência bloqueada e, segundo o seu plano de emergência, era essencial para a evacuação do local. 

No entanto, a Câmara Municipal de Múrcia já teria conhecimento de que a saída de emergência estava bloqueada, pelo menos desde 2018. Um inspetor municipal foi ao local em março de 2018, após uma denúncia da polícia de que dois estabelecimentos estavam a funcionar com a mesma licença.

No seu relatório, o inspetor, que visitou o local pelas 11h00 locais, fora do horário de funcionamento, escreveu que o estabelecimento tinha "uma saída de emergência traseira que declara estar aberta quando está em funcionamento". 

Recorde-se que o incêndio teve início na discoteca Fonda Milagros e propagou-se à adjacente Teatre. Morreram treze pessoas de origem sul-americana.

Dias após o fogo, a Câmara Municipal de Múrcia informou que as discotecas funcionavam sem licença e tinham ordem para fechar desde 2022.

Trata-se do incêndio mais mortífero registado em Espanha num local de lazer, desde a tragédia vivida em 1990 na discoteca Flying, em Saragoça, onde morreram 43 pessoas.

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