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'E depois do adeus | O insubmisso' é o título da exposição que, com 75 fotografias, assinala os 50 anos do 25 de Abril e, ao mesmo tempo, o centenário do nascimento de Mário Soares, que também se celebra neste ano.
A mostra - que será inaugurada hoje, às 18:00, e ficará patente até 27 de abril, na Galeria Santa Maria Maior - são, na verdade, duas: 'E depois do adeus' retrata alguns dos momentos mais importantes da construção democrática e os seus protagonistas, desde logo o capitão Salgueiro Maia, e 'O insubmisso' assinala os 100 anos do nascimento de Mário Soares, uma das principais figuras políticas desse período.
Só recentemente Marques Valentim descobriu que tinha fotografias do capitão que, a 25 de Abril de 1974, comandou as tropas no cerco ao Terreiro do Paço e depois ao Quartel do Carmo.
Há dois anos, as comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril escolheram uma imagem sua para assinalar o aniversário da morte de Salgueiro Maia, a 3 de abril de 1992.
Sem data concreta, a imagem foi registada quando o general Ramalho Eanes era chefe do Estado-Maior do Exército (entre 6 de dezembro de 1975 e fevereiro de 1976), na Escola Prática de Cavalaria de Santarém, de onde partira a coluna chefiada por Salgueiro Maia rumo à Revolução.
Eanes aparece de perfil (nariz e queixo), tendo Marques Valentim reenquadrado a fotografia em Salgueiro Maia -- imagem que foi colocada, em 2022, em lonas gigantes nos sete concelhos por onde passou o capitão.
Ao contrário dos fotógrafos cujas imagens de Salgueiro Maia ficaram célebres, como Alfredo Cunha ou Eduardo Gageiro, Marques Valentim não fotografou o 25 de Abril, desde logo porque regressara a Portugal apenas quatro dias antes, finda a comissão de serviço militar obrigatório em Moçambique.
Nascido nas Fontainhas, no concelho de Cascais, a 1 de agosto de 1949, Marques Valentim tirou o curso de Fotografia e Cinema nos Serviços Cartográficos do Exército, em Lisboa, antes de embarcar para Moçambique.
De regresso Portugal, a 21 de abril de 1974, iniciou-se no fotojornalismo, primeiro na Agência Europeia de Imprensa e depois no diário A Luta, no qual permaneceu até à sua extinção, em janeiro de 1979.
Fez parte da equipa que lançou o Correio da Manhã, mas logo se desviou para o matutino Portugal Hoje. Fez parte dos fundadores do semanário desportivo Off-Side e, em 1983, entrou para a delegação em Lisboa do jornal O Comércio do Porto. Regressou depois ao Correio da Manhã, onde foi repórter, subcoordenador e editor.
Marques Valentim já realizou meia centena de exposições, em Portugal e no estrangeiro.
Nesta quinta-feira, inaugurou em Albufeira, no Algarve, a exposição 'E depois do adeus - fotografias com história', que ficará patente até dia 29 de abril.
Imagens suas podem ser vistas também, até ao final do mês, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na exposição 'Salgueiro Maia - Jornalista', que reúne fotografias e objetos ligados ao capitão de Abril.
No dia 12, será inaugurada a exposição de fotografia coletiva 'Valores de uma Revolução', organizada pela CC11@IMAGO, com imagens sobre o colonialismo.
No dia 18, será a vez de Portimão, no Algarve, receber 'Memórias de Abril', com várias imagens inéditas de momentos marcantes dos últimos 50 anos da história de Portugal.
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