Saúde, bem-estar e proteção do ambiente rimam com “Being Gathering”

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A Boomland, na Herdade da Granja, recebe a 3ª edição de um festival que aposta na fusão de conceitos como ‘wellness’, natureza, arte, cultura e música, limitado a cinco mil pessoas.

O festival Being Gathering regressa para a sua terceira edição, em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, entre os dias 17 a 23 de junho. Surgiu em 2015 como resposta às crescentes tendências de desenvolvimento pessoal e consequente procura de um estilo de vida mais saudável, e na sua 3ª edição regressa à Herdade da Granja para consolidar a existência do projeto enquanto referência entre os festivais e comunidades de bem-estar.

O objetivo é atrair um público – limitado a cinco mil pessoas – preocupado e interessado pelas temáticas saúde, bem-estar e proteção do ambiente. Para saber mais, o JE falou com Artur Mendes, coadministrador do evento. O Being é um evento aberto à comunidade? “É aberto ao mundo. Apetecia-me até dizer que o ‘Being Gathering’ é aberto à vida, mas não quero exagerar. Digamos então que é um encontro que acontece de dois em dois anos e que surgiu como resposta às crescentes tendências de desenvolvimento pessoal e equilíbrio com o mundo que nos rodeia”. E detalha. “A procura de um estilo de vida mais saudável é o nosso ponto de partida e de chegada. Religar, recarregar, fortalecer o corpo e a mente depois de mais um ano intenso e exigente. As pessoas procuram-nos para isto. A herdade em Idanha-a-Nova é o sítio ideal para este efeito”, sublinha Artur Mendes.

Esta abertura tem, forçosamente, que envolver as comunidades locais. Pelo que se impõe perguntar que impacto estimam ter nesta 3ª edição. “Criamos emprego permanente e temos diversas atividades o ano inteiro. Fazer o ‘Being Gathering’ próximo de Lisboa seria mais fácil e mais barato. A interioridade ainda tem um custo elevado. Sabemos isso também por causa do Boom. Mas sabemos também que Idanha tem condições únicas no nosso país”.

A explicação não se faz esperar. “Quem vem de fora de Portugal fica espantado. A nossa ligação à comunidade local é permanente. Procuramos colaborar com os produtores locais e fortalecer essa relação. Ou seja, estamos aqui há mais de 20 anos e penso que ainda vamos fazer mais projetos juntos, nós e as pessoas da região. Muitos deles, aliás, vêm ao Boom divertir-se e talvez haja alguns no ‘Being’. Isto, como eu disse atrás, dos que trabalham connosco”, realça Artur Mendes.

A generosidade é o tema da edição de 2024, que conta com atividades como meditação, imersão na natureza, breathwork, dança, fitness, artes marciais, música, nutrição, talks, terapias ou yoga, e conta com a presença 19 artistas, 78 terapeutas e 176 “facilitadores”. Mas qual a importância da mensagem que pretendem passar com o tema escolhido para esta edição, a “Generosidade”? “Ser generoso é construir pontes, promover a compreensão e estar e permanecer presente; é uma expressão de amor que estende a mão ao outro e que é sempre guiada pela gratidão. Parece-lhe demais? Idílico? Não pensamos assim: é uma expressão de simplicidade ou a valorização do que é simples”, explica Artur Mendes.

“O mundo melhorou em muitos aspetos, mas também piorou noutros. A violência e a agressividade subiram de tom. Depois da Covid… deu-se um regresso muito estranho à realidade. Foi por isso que escolhemos este tema. A generosidade e o altruísmo contribuem para vivermos todos melhor”, reitera.

O JE quis ainda saber como é que o “Being Gathering” celebra a diversidade através do eixo natureza/bem-estar/vida saudável. “Eis uma pergunta que exige resposta concreta”, comenta o responsável. “Se antes falei dos aspetos mais intangíveis… embora eles exijam ser concretizados, falemos então de que pensámos para esta semana. A fusão dos conceitos de wellness, natureza, arte, cultura e música estão unidos em torno de uma experiência que incentiva o crescimento pessoal através da partilha coletiva. Ou seja, meditação, ioga, conversas e debates, ioga e música são os pontos cardeais do Being”.

E tudo isto acontece com facilitadores experientes em cada uma das áreas. “Estar aqui é também a oportunidade de passar uma semana ou um par de dias nesta esplêndida herdade e nesta magnífica barragem do interior de Portugal. É uma experiência única, verdadeiramente singular. Vem ao Being gente de todos os lados do mundo”, diz.

São esperados alguns milhares de pessoas, um número, ainda assim, longe daquele que o Boom atrai, 40 mil. “O Being Gathering nem dez por centro desse número vai ter. O conceito é outro, a experiência muito diferente, não tem a música como centralidade, embora sejamos nós os organizadores, o que significa que há uma ligação à terra, à sustentabilidade e ao bem-estar físico e mental que atravessa os dois eventos”, refere Artur Mendes. A ideia não é “encher e esgotar”, como acontece com o Boom. Porquê? Porque “o conceito não é esse, a nossa preocupação não é essa. Estamos, sim, concentrados em oferecer uma experiência recompensadora”.

É com esta vontade em mente que lançamos a última pergunta. Qual a ambição do “Being” para a próxima edição? “Que as pessoas aproveitem estes dias e este momento, que começa na segunda-feira, 17 de junho, para se restabelecerem, para descansarem e se divertirem; para se ligarem mais aos outros e à natureza”. Parece pouco? Nada disso. “Há um lado de transformação pessoal, embora seja só um passo e dependa naturalmente de cada pessoa encontrar o seu caminho. Há muita gente que vai para Bali ou Goa ou para outros sítios na Índia à procura de experiências assim”.

Antecipamos que não é preciso ir tão longe. Que esse “passo” pode ser dado aqui, dentro de ‘portas’, numa herdade em Idanha-a-Nova. “Nós trabalhamos ao longo do ano inteiro nesta semana, tentamos oferecer a melhor experiência possível em Idanha, no interior de Portugal. O que é extraordinário, e verdade, é que muitas pessoas voltam. Penso que esta região tem características únicas e uma atmosfera muito especial, genuína, viva, que não está gasta, está preservada e assim continuará a ser”. Palavra de Artur Mendes, para quem é fundamental “respeitar e cuidar este enquadramento natural todos os dias do ano”.

Os bilhetes custam 294 euros (semana) ou 181 euros (fim de semana). Até ao momento, o festival conta com 67 países representados entre aqueles que já asseguraram a sua entrada no evento, com idades entre os três e os 74 anos. Consulte aqui toda a programação.

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