Saúde. Comissão independente vai acompanhar execução do plano de emergência

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29 mai, 2024 - 13:34

Ministra da Saúde anuncia criação de página onde se vai acompanhar, medida a medida, a evolução dos indicadores apresentados esta quarta-feira.

A ministra da Saúde anunciou a criação de uma comissão independente que vai acompanhar a execução do plano de emergência e transformação apresentado esta quarta-feira. Ana Paula Martins indicou que a comissão irá ser "nomeada para a semana".

Em paralelo, também será criada "uma página no portal da saúde" onde poderemos "ir acompanhando, medida a medida, a evolução dos indicadores" apresentados pelo Governo, esta quarta-feira. O site estará online, assegura, até ao final de junho.

O plano de emergência apresentado hoje foca-se em cinco eixos estratégicos: resposta a tempo e horas; bebés e mães em segurança; cuidados urgentes e emergentes; saúde próxima e familiar e saúde mental.

Será este o ponto de partida para as "medidas prioritárias nos próximos seis meses", pensado para criar "uma organização diferente, um estilo diferente" e "garantir que nenhum português com um problema oncológico que precisa de resposta fique à espera".

O enfoque, explica Ana Paula Martins, estará na "resposta às pessoas" e na "valorização dos profissionais", porque "sem equipas de saúde não há nem plano de emergência, nem Serviço Nacional de Saúde, nem sistema de saúde". Para chegar a este plano foi criada uma "task force" nomeada para o efeito e foram consultadas 167 instituições para identificar os "cinco eixos estratégicos" deste plano e selecionar quais serão as medidas urgentes (com resultados até três meses), prioritárias (até ao final do ano) e estruturantes (nos próximos dois anos) a tomar.

Antes, Ana Paula Martins salientou alguns números para "percebermos de onde partimos". Mais de 1,7 milhões de utentes não têm médico de família, por exemplo. A ministra indicou que mais de 266 mil pessoas estão inscritas para cirurgia, 74 mil acima dos tempos máximos de resposta. Destes, mais de 9 mil são doentes oncológicos.

Outros números que também preocupam o Governo são os mais de 891 mil inscritos em consultas de especialidade, mais de dez mil considerados muito prioritários.

A situação nas urgências também causa preocupação ao executivo liderado por Luís Montenegro. Ana Paula Martins indica que pelo menos duas mil pessoas estão em internamento hospitalar por "situações sociais", numas urgências onde mais de seis milhões de casos foram registados em 2023 - destes, 2,3 milhões dos casos deram origem a pulseira azul e verde.

No que diz respeito a nascimentos, Portugal registou mais de 85 mil no último ano, 77% dos quais foram executados no público. Os números de perturbações psiquiátricas e de depressão crónica, acima da média europeia, também são motivo de alarme para o executivo.

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