Schmidt fala dos reforços e diz: «Lido bem com o ambiente particular do estádio»

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O Benfica juntou Roger Schmidt e Toni numa conversa sobre o passado, o presente e o futuro das águias, e a qual foi publicada esta segunda-feira.

O técnico dos encarnados garantiu que a equipa «está pronta para lutar novamente pelo campeonato» e abordou a relação com os adeptos, nem sempre a mais feliz na última temporada.

«Claro que há sempre coisas surpreendentes. Pensamos no que é o clube, como está, e sabemos que o clube tem muitos adeptos. Mas para mim, no final, fico sempre surpreendido quando nos dirigimos para o estádio, no autocarro. Olhamos para o exterior e vemos tanta gente à espera dos jogadores, à espera do jogo. E, quando se vê o entusiasmo dessas pessoas, é sempre algo muito especial», confessou.

O treinador germânico abordou as contratações que o Benfica tem feito: «O que tentamos é encontrar no mercado jogadores como o Pavlidis, como o Beste, como o Barreiro, que também têm armas num estilo diferente. O Pavlidis é um jogador que mostrou, sobretudo nas duas últimas épocas no Alkmaar, que é um avançado muito completo, com muita qualidade na finalização, a marcar golos e a fazer assistências, mas também um jogador muito trabalhador. Penso que é um jogador que tem o perfil para jogar este tipo de futebol ativo e de alta pressão e o que já demonstrou nas duas primeiras semanas, que também tem a mentalidade necessária para mostrar isso em campo.»

«Com o Barreiro temos um jogador que é muito fiável, muito semelhante ao Florentino. Penso que ambos os jogadores, no que diz respeito à concentração tática, à qualidade, à força física, são capazes de jogar este tipo de futebol. E são muito bons a recuperar bolas, e penso que, por vezes, isso também é algo que é necessário na equipa para criar o equilíbrio certo. É claro que são necessários alguns artistas, alguns jogadores que façam a diferença no ataque, mas também precisamos de jogadores que nos ofereçam a estabilidade necessária para jogar um bom futebol tático. E o Niklas Beste é um jogador que jogou as duas últimas épocas a um nível muito elevado, tem um pé esquerdo fantástico na finalização, nas bolas paradas, nos cruzamentos, e é muito poderoso também nos sprints e nas corridas de alta intensidade. Acho que estes jogadores são capazes de jogar o futebol que nós queremos jogar. Foi por isso que os escolhemos para o Benfica», continuou.

Sobre Di María, Schmidt elogiou a decisão de o argentino de continuar no Benfica: «Estou muito feliz pelo Ángel [Di María]. Começou no Benfica e regressou ao Benfica. Esta é uma história fantástica de futebol, na minha opinião, porque ele poderia fazer tantas coisas diferentes. Podia ter ido atrás de mais dinheiro. Muitos jogadores tomam decisões diferentes, mas ele tomou a decisão de voltar ao clube onde tudo começou na Europa. E acho que isso diz tudo sobre o seu carácter. Se o vissem todos os dias nos treinos… Gosto muito de o ver porque ele é um exemplo para todos os jogadores, para os jogadores que estão a crescer e que observam um jogador que já teve uma carreira fantástica, mas que ainda quer ganhar em todos os treinos. Está muito motivado e continua a jogar ao mais alto nível. E acho que ele nos dá tanta, tanta qualidade e mentalidade.»

«Na minha opinião, quando vemos os torneios europeus e também a Copa América, se virmos as equipas vencedoras, essas são sempre as equipas que jogam muito bom futebol, mas que têm também uma mentalidade muito especial. A Espanha foi, sem dúvida, a melhor equipa do Europeu. E se virmos a Argentina, ganhou a Copa América, ganhou o Campeonato do Mundo e voltou a ganhar a Copa América. Portanto, em quatro anos, ganharam tudo contra as melhores equipas do mundo em jogos muito, muito disputados, com muito poucas situações claras durante o jogo, mas no final ganharam sempre. E, para mim, isso é uma questão de mentalidade», continuou.

Por fim, Roger Schmidt abordou a relação muitas vezes conturbada com os adeptos na temporada anterior, ele que afirma que a massa associativa encarnada é especial.

«Fiquei chocado com a reação dos adeptos quando perdemos os primeiros jogos»

«Há sempre uma relação com os adeptos, mas aqui no Benfica é muito especial. Para ser sincero, acho que tive muita sorte porque o início no Benfica foi muito positivo. Ganhámos muitos jogos na pré-época, no Campeonato e também na Liga dos Campeões. Estivemos bem, por isso, a minha primeira impressão dos adeptos foi fantástica. Fiquei muito impressionado com tudo, com o ambiente no estádio e tudo o resto. Mas depois, claro, já na primeira época, tivemos também alguns momentos em que tivemos dificuldades, e numa semana perdemos três jogos, contra o Inter de Milão, um jogo contra o FC Porto, em casa, e a seguir, em Chaves, tivemos muito azar. E depois tive a primeira impressão do que significa perder jogos e, para ser sincero, fiquei muito surpreendido, talvez chocado com toda a reação, porque já tínhamos ganho tudo antes. Fizemos uma grande época, na Liga dos Campeões também, perdemos um jogo. Estavam muito descontentes connosco, protestavam e vaiavam, mas penso que o início para mim foi importante para saber que eles podem agir de forma diferente. No fundo, isto é o Benfica. Sinto que, como treinador ou jogador, temos de lidar com isto. As expectativas dos adeptos estão sempre aqui e não aceitam uma menor qualidade», defendeu.

«Acho que tive bons momentos no Benfica, mas são os momentos difíceis que nos fazem compreender o clube e os adeptos. Por vezes o ambiente no estádio é muito particular, mas acho que isso faz parte. Lido bem com isso. Tal como os jogadores também têm de lidar. Temos de nos concentrar no trabalho. A única coisa a fazer para criar um ambiente positivo é ganhar jogos e jogar bom futebol. É isso que temos de fazer. Vamos trabalhar muito na pré-época, pois vamos ter uma época muito dura. Depois, vamos dar tudo em cada jogo e, jogo a jogo, temos de lutar pelos títulos. Sabemos que os nossos adeptos podem fazer a diferença. E claro, espero que todos os benfiquistas possam estar aqui na próxima época, com a equipa, para lutarmos juntos pelos títulos», atirou.

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