“Na base social de apoio ao partido socialista era claro, há muito tempo, que defendia uma remodelação no Governo”, disse Daniel Adrião ao Jornal Económico.
O candidato à liderança do PS, Daniel Adrião, volta a candidatar-se a secretário-geral pela quarta vez e em entrevista ao Jornal Económico aproveitou para deixar algumas críticas à forma como o PS tem sido liderado, mas também o Governo.
Daniel Adrião explicou que volta a candidatar-se por ter “um conjunto de ideias e de soluções para o país e para o PS que eu entendo que continuam válidas”.
“Muitas delas já as tinha apresentado anteriormente, mas são ideias fundamentais que têm cada vez mais relevância até pelas circunstâncias em que este congresso acontece, fruto de ter sido interrompido a meio uma legislatura”, disse o candidato à liderança do PS, acrescentando que se as suas “tivessem sido acolhidas provavelmente este desfecho não teria ocorrido”.
Muitas das medidas “têm que ver precisamente com a necessidade de aprofundar os mecanismos de transparência de auscultação da base social do partido socialista”.
Para Daniel Adrião “houve muitas falhas nesse domínio; o PS não soube ouvir a sua base social de apoio ao longo destes anos porque se o tivesse feito, com maior regularidade, provavelmente muitos erros teriam sido evitados”, considerou.
“Na base social de apoio ao Partido Socialista era claro, há muito tempo, que defendia uma remodelação no Governo; que defendia que o rumo que estava a ser seguido não era o melhor e que era preciso alterações em termos das políticas que o país e o governo estavam a seguir”, vincou o candidato.
Quanto ao que o distingue dos restantes candidatos à liderança do PS, Daniel Adrião respondeu que: “Os meus outros camaradas, com os quais tenho a maior estima e consideração, representam de alguma maneira a continuidade do ciclo político que terminou”.
“Portanto, considero que para um novo ciclo político que se vai abrir devem existir novos protagonistas”, frisou.
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