Secretas norte-americanas acenam com dados sobre "séria ameaça" nuclear russa

7 meses atrás 58

Michael Reynolds - EPA

O presidente da comissão de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou, na quarta-feira, um comunicado enigmático alertando para uma "grave ameaça" à segurança nacional que estará relacionada com a Rússia. A imprensa norte-americana avança que o Congresso e os aliados europeus dos EUA foram notificados sobre novas informações secretas quanto a capacidades nucleares russas. Entretanto, o presidente da Câmara dos Representantes considerou que não há necessidade de pânico e que não se tratará de uma "ameaça urgente".

Através de uma mensagem pouco clara, a Comissão de Serviços Secretos indicou que havia novas informações que representavam uma “séria ameaça à segurança nacional”.

"Apelamos ao presidente Biden que torne públicas todas as informações relacionadas com esta ameaça para que o Congresso, a Administração e os nossos aliados possam discutir abertamente as ações necessárias para responder"
, adianta ainda a nota, sem mais esclarecimentos.

Statement from Chairman @RepMikeTurner: pic.twitter.com/OA9yJuEPlf

— House Intelligence Committee (@HouseIntel) February 14, 2024
A CNN cita ainda uma carta enviada de Mike Turner, dirigida aos congressistas republicanos, a indicar que a comissão de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes tinha identificado “um assunto urgente relacionado com um poder político estrangeiro destabilizador” de que todos os membros do Congresso deveriam ter conhecimento.

Na missiva de Turner, é explicado que a comissão votou na terça-feira a favor de que a informação sobre esta ameaça deixe de ser confidencial e que, agora, todos os membros da Câmara dos Representantes poderiam aceder à informação sobre o assunto. O presidente da comissão instou também Joe Biden a retirar da categoria de confidencial “toda a informação relacionada com esta ameaça”, sobre a qual não forneceu quaisquer pormenores.

Segundo a CNN, citando duas fontes próximas do caso, a ameaça está ligada à Rússia, mas também não são dados mais detalhes e a Casa Branca recusou adiantar mais informação sobre o assunto.

De acordo com o New York Times, que cita fontes próximas não identificadas, apesar de as informações “muito classificadas” serem “sérias”, a alegada capacidade nuclear russa “ainda estava em desenvolvimento e a Rússia não a tinha implantado”, sendo que por isso não representa uma “ameaça urgente” para os Estados Unidos, a Ucrânia ou qualquer aliado europeu.

Por sua vez, a ABC News informou, citando duas fontes familiarizadas com as deliberações no Capitólio, que estes dados se relaciona com “o desejo da Rússia de colocar uma arma nuclear no espaço” e para possivelmente utilizar a arma contra satélites.

“É muito preocupante e muito sensível. É mesmo importante”
, resumiu uma das fontes.

O comunicado de Turner foi publicado numa altura em que se debate no Congresso sobre como os EUA devem lidar com ameaças globais da Rússia e de outros adversários, com defensores de políticas de segurança mais agressivas a pedir um envolvimento global maior e alguns parlamentares mais alinhados com o ex-presidente republicano Donald Trump a defender uma abordagem “América em primeiro lugar”, face a questões mundiais.
“Não há necessidade de alarme”
Após a divulgação deste comunicado de Mike Turner, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que esta semana conversou pessoalmente com líderes dos partidos Democrático e Republicano envolvidos em temas de segurança, entre os quais o presidente da comissão de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, e que o surpreendeu “um pouco” que o congressista tenha emitido tais comentários.

Contudo, Sullivan já tem agendada para quinta-feira uma reunião com o chamado “grupo dos oito”, que inclui os líderes de cada um dos dois partidos, tanto da Câmara dos Representantes como do Senado, e também os presidentes e os membros da oposição das respetivas comissões de Serviços Secretos.

Também o presidente da Câmara dos Representantes reagiu aos alertas de Turner dizendo que não havia necessidade de pânico com a alegada ameaça que não foi esclarecida, acrescentando que não podia avançar com mais informações confidenciais.

“Queremos apenas garantir que todos tenham mãos firmes no comando. Estamos a trabalhar nisso e não há necessidade de alarme”,
adiantou ainda Mike Johnson.

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