Segundo jogador com mais jogos pelo Panetolikos é português: «Nunca pensei durar tanto»

Partilhou o balneário com ilustres como Rafael Leão ou André Franco, mas é na liga grega que dá cartas. Com 24 anos, Frederico Duarte é, de ano para ano, um valor consolidado do Panetolikos, clube para o qual se mudou no início da aventura como profissional e onde já é o segundo jogador com mais jogos.  

A meio da sexta temporada na Grécia, o médio abriu o jogo com o zerozero, revelando os motivos para a longevidade incomum, no emblema que tem Titormus, herói de Etólia e figura marcante da mitologia local, a figura central do seu símbolo. 

À semelhança do célebre da antiguidade grega, Frederico cresce como referência. A caminho da melhor época da carreira, o golo ao Olympiakos de Chiquinho, Gelson Martins e companhia é mais um alicerce nesse sentido.

Do Sporting à Grécia: «O Guga e o Pedro Amaral foram uma grande ajuda»

«Ganhei muita estaleca... Treinei e joguei com jogadores de muita qualidade, além de muitos outros que estão espalhados pelo mundo. Naquela altura [nos juniores], não estava a ter tanto espaço e acabei emprestado ou Sacavenense para ter mais minutos», relatou. Uma decisão que viria a revelar-se frutífera, no primeiro ano de sénior: «Fui para o Vilafranquense, na altura a jogar CNS. Uma experiência diferente que acabou por durar seis meses. Depois surgiu esta oportunidade!»

E o match foi perfeito. Num clube fundado em 1926 com as motivações sociais e educacionais dos jovens mais carenciados como fundo de causa maior, Frederico encontrou a incubadora ideal para o eclodir o seu futebol. Com o menino do colégio leonino para trás, esboçavam-se os primeiros traços da versão moderna do já citado herói de Etólia...

O contexto, esse, traçou as linhas gerais: «Vim na mesma altura que o Guga e o [Pedro] Amaral. Foi uma grande ajuda para mim. Já tinham mais experiência, eram mais velhos, também vinham de um grande, do Benfica e já com alguma rotação. Foi um apoio que me facilitou também a adaptação.»

E por falar em adaptação, «comunicar perfeitamente» numa língua como o grego é já uma realidade, embora não seja «tão fácil» quanto isso. Ainda assim, uma condição imprescindível para o segundo atleta com mais jogos pelo clube: «Nunca pensei que fosse uma coisa para durar tanto tempo. O clube recebeu-me muito bem, fui acarinhado pelo staff. Acabei por me sentir numa segunda casa. É uma cidade mais pequena, as pessoas vivem o clube e envolvem-se muito com tudo à volta dele.»

«Estava habituado a um futebol mais técnico... aqui ganhei um arcaboiço diferente»

Médio ofensivo de origem, também as suas qualidades dentro das quatro linhas foram polidas pela natureza do futebol helénico: «É mais batalhador e agressivo nos duelos em comparação com o português. Estava habituado a um futebol mais técnico e fez-me ganhar um arcaboiço diferente. Ainda assim, nestes últimos cinco anos, as equipas jogam um futebol mais atrativo, como se pode ver nas competições europeias.»

Fiel à «relação com bola» e potenciador da uma boa «ligação com o resto da equipa», Fred - como também é tratado -, prefere a bola à flor da relva ao «futebol direto», inclinações que não o impedem de estar dotado da polivalência de jogar a extremo. Qualidades suficientes para potenciar memórias de relevo...

«Ficámos em penúltimo e disputamos o playoff com o segundo da II divisão [frente ao Xanthi, em 2020/21]. Foi o momento de maior tensão que vivi, mas acabou por correr bem. Acabou por ser positivo, no meio de uma fase negativa», considerou

No entanto, o último capítulo está a ser o epicentro da novidade: «Estamos nas meias-finais da taça, algo histórico para o clube. Perdemos a primeira mão, em casa, por 0-1, contra o Aris. A 6 de março, jogamos a segunda mão... Foi um jogo duro e o resultado até injusto, mas está tudo em aberto. Espero a reviravolta, lá!»

Frederico Duarte

		NomeFrederico Fonseca Pires de Almeida Duarte Nascimento/Idade1999-03-30(24 anos) Nacionalidade Portugal PosiçãoMédio (Médio Centro) (Médio Ofensivo)