Segurança deve ser construída "segundo linhas euroasiáticas", diz Lavrov

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O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou, esta terça-feira, que os países da Eurásia (massa continental formada pela Europa e pela Ásia) precisam de chegar à conclusão de que a segurança deve ser construída a partir de dentro, livre da influência norte-americana.

"Espero que os países do continente, todos eles, acabem por compreender esta necessidade de construir a segurança segundo as linhas euroasiáticas", afirmou, durante uma reunião com estudantes e professores da Academia de Administração Pública da Bielorrússia, citado pela Tass.

No entanto, Lavrov destacou que não espera que essa compreensão chegue tão cedo, uma vez que a NATO, juntamente com os norte-americanos, estão "a tentar justificar ferozmente a sua penetração na região da Ásia-Pacífico, criando mini blocos, várias configurações, atraindo os países maioritários do mundo para esses blocos e tentando dividir as formas de interação estabelecidas".

"Mas, a dada altura, cada um acabará por perceber que é responsável pela sua própria felicidade. Quando a vossa felicidade está a ser forjada em Washington, vocês sofrem com isso", concluiu o ministro.

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Desde o início da invasão, o Ocidente tem condenado a Rússia e tem enviado ajuda financeira e armamento à Ucrânia. 

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