Testemunhas descrevem que “mulheres e crianças explodiram em pedaços” durante o ataque.
Entre as vítimas estão seis funcionários da agência da ONU para refugiados palestinianos, UNRWA, incluindo o gerente do abrigo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já condenou o ataque, afirmando que “o que está a acontecer em Gaza é totalmente inaceitável”.
Acentuou que é uma “matança sem fim e sem sentido”, já que o número de funcionários mortos desde o início da guerra sobe para pelo menos 220.
“Essas violações dramáticas do Direito Internacional humanitário precisam de acabar agora”, acrescentou.
What's happening in Gaza is totally unacceptable.
A school turned shelter for around 12,000 people was hit by Israeli airstrikes again today.
Six of our @UNRWA colleagues are among those killed.
These dramatic violations of international humanitarian law need to stop now.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, discorda com as críticas de Guterres, alegando que “é inconcebível que a ONU continue a condenar Israel na sua guerra justa contra os terroristas, enquanto o Hamas continua a usar mulheres e crianças como escudos humanos”.
Proteção internacional
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina condenou o ataque de Israel à escola al-Jaouni, e apelou à comunidade internacional para que "forneça proteção internacional aos palestinianos e ponha fim à guerra de extermínio e deslocamento contra o nosso povo”.
O Ministério pediu ainda que os funcionários da UNRWA e outros trabalhadores humanitários sejam protegidos da “brutalidade da ocupação”.
Neste ataque, morreram pelo menos 18 pessoas, indicou a agência de Defesa Civil de Gaza.
De aordo com a cadeia Al Jazeera, o Hamas disse aos mediadores que "está pronto para implementar o plano de trégua proposto pelos Estados Unidos e apoiado pela ONU sem quaisquer novas condições de nenhuma parte".
"Massacre horrível"
Também o Ministério das Relações Exteriores do Catar “condenou veementemente” o bombardeamento de Telaviv à escola al-Jaouni, operada pela UNRWA.
Um “massacre horrível” que confirma a “abordagem criminosa de Israel e seu desrespeito aos princípios do direito internacional humanitário”, assim qualificou o ataque.
O ministério sublinhou ainda: “Reiteramos o apelo por uma investigação internacional urgente, incluindo o envio de investigadores independentes da ONU para apurar os fatos relativos aos ataques contínuos da ocupação a escolas e abrigos para pessoas deslocadas”.
"A carnificina tem que parar"
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, condenou o ataque afirmando que “a carnificina em Gaza tem que parar”.
Indeed, terribly tragic. No words can reflect the true horror and loss of life in #Gaza.
Hospitals, schools and shelters have been repeatedly bombarded, resulting in deaths of civilians and humanitarians.
Our hearts go out to @UNRWA colleagues. We grieve the loss of another… https://t.co/IpLMe6cuhI
“Nenhuma palavra pode refletir o verdadeiro horror e a perda de vidas em Gaza”, vincou. “Hospitais, escolas e abrigos foram repetidamente bombardeados, resultando em mortes de civis e humanitários”, rematou Tedros Ghebreyesus.
Entretanto a OMS anunciou, esta quinta-feira, que foram retirados de quase 100 pacientes de Gaza para os Emirados Árabes Unidos.
É a maior operação até agora realizada e inclui dezenas de crianças.
“Esta foi a maior evacuação de Gaza desde outubro de 2023”, declarou Richard Peeperkorn, representante da OMS para o território palestiniano ocupado, aos jornalistas.
"Gaza precisa de corredores médicos. Precisamos de um sistema melhor organizado e sustentado", subliblou, acrescentando que mais de 10 mil pacientes aguardam transferência.