Sem acordo, agricultores polacos voltam a bloquear posto fronteiriço

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Quando eclodiu a guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Bruxelas deixou de impor quotas e controlos de qualidade aos produtos agroalimentares exportados da Ucrânia, o que causou uma queda nos preços dos produtos agrícolas locais em países como a Polónia, levando os produtores agrícolas a pedir ajuda estatal.

Os agricultores polacos exigem, em concreto, um aumento dos montantes dos empréstimos do Estado, subsídios para o cultivo de milho e o congelamento de alguns impostos.

Em declarações à comunicação social polaca, Roman Kondrow, líder dos piquetes de bloqueio, afirmou hoje que "não tendo recebido confirmação escrita" das autoridades de que "as promessas feitas serão cumpridas", os agricultores polacos vão impedir a entrada na Polónia de produtos ucranianos no posto fronteiriço de Medyka, no leste do país.

A 23 de novembro do ano passado, centenas de agricultores polacos iniciaram um protesto, que interromperam a 24 de dezembro, após uma reunião com o ministro da Agricultura, Czeslaw Siekierski, que, segundo eles, lhes garantiu que iria satisfazer as suas reivindicações.

"Mas, até agora, não recebemos uma declaração escrita assinada pelo primeiro-ministro, Donald Tusk, (...) e, da reunião, apenas saiu uma nota na qual o ministro assegurava que as nossas exigências seriam atendidas", sublinhou o representante dos produtores agrícolas polacos.

Segundo Kondrow, será realizada na quinta-feira de manhã uma reunião para coordenar o protesto e está previsto que se permita a passagem de apenas um camião por hora.

"Desta vez, já não acreditamos nos ucranianos, porque muitos deles nos fizeram crer que transportavam bens perecíveis para poderem passar e isso acabou por se revelar falso", queixou-se Kondrow.

Por outro lado, prossegue o bloqueio que os camionistas polacos impuseram a 06 de novembro último em protesto contra a concorrência desleal que acusam as companhias transportadoras da Ucrânia de praticar.

Os motoristas de camiões de carga polacos exigem que a União Europeia (UE) volte a exigir autorizações de circulação aos camionistas ucranianos, isentos de tal obrigação desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

As autoridades polacas indicaram hoje que o tempo de espera para entrar na Polónia por via rodoviária a partir da Ucrânia, que chegou a ser de quase 200 horas, é atualmente de cerca de 60 horas.

No início do seu protesto, as companhias transportadoras polacas permitiam a passagem de três camiões por hora, mas, desde há alguns dias, só deixam passar um camião de três em três horas.

A ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 22 meses um elevado número de vítimas, não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.

A invasão -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Camionistas polacos voltam a bloquear fronteira com a Ucrânia

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