"Senti-me muito só". Nemo critica Eurovisão por falta de apoio a artistas

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Nemo, artista que venceu a 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, em maio, acusou a União Europeia de Radiodifusão (UER) de não ter feito o suficiente para apoiar os concorrentes que se opunham à participação de Israel, que travava uma ofensiva na Faixa de Gaza na altura do evento.

"Senti-me muito só", disse Nemo, em entrevista à BBC. "Espero realmente que eles tenham as coisas no lugar para o próximo ano".

Segundo Nemo, o ambiente nos bastidores da Eurovisão era "bastante tenso" e que houve até "situações que ainda estão a ser investigadas pela UER".

Respondendo à questão sobre se os organizadores fizeram o suficiente para apoiar os artistas, Nemo disse que "não". "Porque, por vezes, sentia-me muito só com muitas coisas, ou pelo menos com os outros artistas", explicou.

"Espero que no próximo ano sejam tomadas medidas para garantir que essa parte do concurso, especialmente a nível mental, seja tratada. Porque eu senti-me só e sei que alguns outros artistas também se sentiram assim", acrescentou.

Recorde-se que a participação de Israel na Eurovisão foi bastante criticada devido ao conflito na Faixa de Gaza. Ainda antes do concurso, oito representantes  - incluindo a portuguesa iolanda - emitiram um comunicado conjunto, onde afirmaram estar "unidos contra todas as formas de ódio, incluindo o antissemitismo e a islamofobia".

Iolanda e outros artistas da Eurovisão apelam à paz em Gaza

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"Estamos unidos contra todas as formas de ódio", escreveram os artistas numa nota informativa.

Notícias ao Minuto | 11:46 - 29/03/2024

Já durante uma atuação no intervalo, o cantor sueco Eric Saade - com ascendência palestiniana - foi alvo de críticas por ter usado um keffiyeh, um lenço associado à luta palestiniana, à volta do braço. 

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A União Europeia da Radiodifusão (UER), responsável pela organização, já veio "lamentar que Eric Saade tenha optado por comprometer a natureza não polícia do evento".

Márcia Guímaro Rodrigues | 10:08 - 08/05/2024

Na final, iolanda - que representou Portugal com 'Grito' - viu a sua atuação ser banida das redes sociais e do Youtube por ter o padrão de um keffiyeh desenhado nas unhas, em vez da cor branca que usou na atuação da semifinal.

O cantor Joost Klein, dos Países Baixos, que era um dos favoritos à vitória com 'Europapa', foi expulso horas antes da grande final, por, segundo a UER, ter sido apresentada uma queixa "por um membro feminino da equipa de produção após um incidente da sua atuação na semifinal". Segundo a imprensa sueca, a queixosa seria um membro da delegação israelita e, meses depois, o Ministério Público da Suécia arquivou o caso.

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Caso envolveu uma fotógrafa e levou à expulsão do artista da Eurovisão. Procurador não pôde provar que o ato do neerlandês "era suscetível de causar medo grave ou que o homem tinha essa intenção".

Notícias ao Minuto | 19:17 - 12/08/2024

A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, recorde-se, realizou-se em Malmö, na Suécia, entre os dias 7 e 11 de maio e, apesar das críticas devido à participação de Israel, acabou por ganhar a Suíça, o país mais neutro do mundo, com Nemo e 'The Code'.

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