Será que as crianças ainda sonham com automóveis?

3 meses atrás 109

A paixão que muitas das crianças têm pelos automóveis é intemporal, mas será que ainda é «sonhada» da mesma forma que era há alguns anos?

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Criança. Parece-me ser a «desculpa» perfeita para recordar os momentos em que a minha mãe aproveitava para revelar as minhas duas maiores paixões desse tempo: rodas e botões. Ou seja, mais especificamente, carros e gadgets das mais variadas espécies e feitios.

Atualmente, muitos anos — ou décadas — depois dos meus tempos de criança, já consigo ver as coisas de outra forma. Agora, sou eu um dos pais com crianças e, tendo em conta o dia que hoje se assinala, parece-me o momento ideal para algumas comparações.

A paixão pelos automóveis é algo que se mantém, sem dúvida. No entanto, acho que essa mesma paixão é «sentida» de uma forma diferente. Nos dias que correm, o acesso quase instantâneo a qualquer tipo de informação, é totalmente diferente de como era nos meus tempos de criança.

automóveis em miniatura© André Mendes / Razão Automóvel

Se antes era necessário sonhar com as linhas de um automóvel ou com a abertura vertical das portas de um Lamborghini, agora, basta abrir o Youtube para descobrir tudo sobre aquilo que poderemos ter alguma curiosidade.

Aliás, bastou fazer uma pesquisa rápida no Google para descobrir — no Ebay — um poster idêntico ao que eu tinha em criança, com um Lamborghini Countach S de 1984, visto de perfil. Na altura, era este o modelo que me parecia perfeito em tudo.

Em contrapartida, no quarto do meu filho, havia um quadro com um desenho de um Opel Speedster e quando o tirámos do seu lugar, ele nem deu por isso. Por outro lado, é difícil não pisar um dos inúmeros Hot Wheels que estão espalhados por todo o lado. Sendo que ele os conhece todos de cor, tal como as cartas de Pokémon e coisas que eu, confesso, nem sei o que são.

Antes dos carros «a sério»

No meu quarto, antes de ser «invadido» por coisas mais tecnológicas, só havia carros, uma vez que eu não ligava praticamente a mais nada. Aliás, as minhas primeiras manobras de estacionamento foram treinadas com as miniaturas 1:18 da Bburago, que já viravam as rodas. E claro, com a obrigação de não empurrar o carro e fazer «batota». As manobras tinham de ser feitas como deve ser.

Hoje, o mais divertido que vou vendo é deixar os carros escorregar por uma rampa, fazer com que estes tenham uma colisão em pleno voo ou que sejam devorados por um dinossauro. Ou então, fazer com que mudem de cor consoante a temperatura da água, ou que, simplesmente, estejam a rodopiar sozinhos no mesmo sítio, com luzes e sons estridentes, ao jeito de um Transformer.

Nos meus tempos de criança, a paixão era pela máquina propriamente dita, pelo som do motor, pela sensação de velocidade e pelos movimentos da carroçaria. Havia um enorme respeito pelo automóvel e pela sua presença e estilo. O mais aproximado que ainda vou vendo é a coleção que ainda mantenho, com alguns dos meus carros de sonho… à escala de 1:18. Em conjunto com livros e diversas outras coisas, até demais, se calhar…

Coleção Diecast© André Mendes / Razão Automóvel

Hoje, tenho a ideia de que a paixão por determinado modelo, está mais relacionada com o que é mostrado por um qualquer Youtuber, e que o mais importante é quanto é que este custa e não o que representa. Sendo que, em muitos casos, infelizmente, o automóvel em causa até acaba por ser decorado — até destruído — de uma forma tão absurda que devia ser proibida.

Se as crianças ainda sonham com automóveis? Claro que sim, mas… é diferente. Seja como for, fica a promessa: no que toca às crianças lá de casa, farei tudo o que estiver ao meu alcance para passar esta minha paixão. Se quiserem sonhar com ela ou não, é com eles…

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