Sérgio Conceição: «Podemos entrar em quarto lugar e não estamos habituados»

No dia que antecede o embate entre Casa Pia AC e FC Porto, Sérgio Conceição deixou rasgados elogios ao trabalho que tem sido feito nos escalões de formação portista. Além disso, o técnico dos dragões admitiu não estar a olhar para a tabela classificativa.

Qualidade defensiva dos adversários: «É uma equipa que não faz golos, mas não sofre. Defende bem, são consistentes, que com a organização defensiva exploram o que tem de bom. Têm jogadores tecnicamente evoluídos, partem para o ataque de forma rápida, dificultam a vida aos adversários. Temos sido inteligentes nesse sentido, aproveitamos o pouco espaço que nos dão, percebemos o que devemos explorar. O nosso trabalho é esse e a nossa preparação foi essa»

Competitividade do plantel: «O equilibro entre saber atacar e defender a nossa baliza é básico. Este ano não temos sido tão fortes na reação à perda da bola e temos de perceber o porquê. Temos muita largura no campo, noutros anos isso não acontecia. O alas entravam mais em zonas interiores e estávamos muito mais preparados para reagir à perda. Toda a gente tem de ter na cabeça que passa cerca de 88 minutos a correr sem bola, quando temos bola têm de dar soluções ao portador. Depois têm dois minutos e pouco com bola no pé. Os jogadores têm de perceber que é tão importante defender bem como atacar com qualidade.»

Possível titularidade do Taremi: «Também temos o Danny Namaso e o Wendell da equipa B. O Taremi tem sido muito profissional, mas não jogava porque eu achei que outros colegas estavam melhor que ele. Continua a treinar bem, a competir bem, dentro do seu registo e do registo que queremos aqui e é uma opção válida para o jogo. Mas qualquer avançado pode jogar, ou até podemos jogar sem nenhum»

Má fase de resultados põe em risco terceiro lugar?: «Não nos agarramos a estatísticas para nos motivarmos ou para medir dificuldades. Não nos podemos esquecer que o Casa Pia AC foi fazer quatro golos a Vizela e dois ao Vitória SC, acho que têm jogadores bastante interessantes na frente. O jogo ganha uma vida própria conforme a competência que lá metemos, dependendo da estratégia que aplicamos. Olhar para o terceiro lugar é uma realidade, temos duas equipas muito próximas de nós, uma dela com os mesmos pontos, podemos entrar em quarto lugar e não é de todo o que estamos habituados. Não vamos estar a olhar para a tabela classificativa, é escusado. Vamos olhar para os cinco jogos que faltam.»

Como trabalhar mentalmente a equipa para se manter motivada: «Veio-me à cabeça a frase de um treinador italiano. Nunca motivou a equipa, eles é que têm que se auto motivar. Estão no clube que estão, que estão na final da Taça de Portugal, boa prova na Liga dos Campeões e com algum demérito nosso e não só, estamos, neste momento, fora dos lugares que estamos habituados. Estivemos, nos últimos seis anos, sempre acima dos 80 pontos e este ano, no campeonato principalmente, não correu tão bem.»