Sergio Monteiro: “O ano de 2024 será previsivelmente recorde em termos de transações”

7 meses atrás 58

Sérgio Monteiro, Managing Partner da Horizon Equity Partners, falava na sessão de apresentação do JE Advisory que decorreu esta sexta-feira, dia 26 janeiro, no Palácio do Governador em Lisboa, no Painel: Oportunidades e desafios do mercado de M&A em 2024 que juntou ainda Gustavo Guimarães, partner da Apollo Global; e Nuno Fernandes Thomaz, CEO da Core Capital.

Sérgio Monteiro, Managing Partner da Horizon Equity Partners, foi um dos oradores na sessão de apresentação do JE Advisory que decorreu esta sexta-feira, dia 26 janeiro, no Palácio do Governador em Lisboa, no Painel: Oportunidades e desafios do mercado de M&A em 2024 que juntou ainda Gustavo Guimarães, partner da Apollo Global; e Nuno Fernandes Thomaz, CEO da Core Capital, quando disse  que “o ano de 2024 será previsivelmente recorde em termos de transações”. Uma opinião partilhada pelos outros participantes do painel. Nuno Fernandes Thomaz tinha antes referido que 2024, em termos de M&A (fusões e aquisições), vai ser um ano forte, quer em volume, quer em número de transações.

O ex-secretário de Estado do Governo de Pedro Passos Coelho realçou o problema que afecta a imagem dos fundos de private equity, referindo-se à ideia formada de que são os “fundos abutre”.

“O poder político fala do mercado de capitais como especulação, é pôr o dinheiro público a especular em bolsa, dizem os governantes quando se pedem medidas de dinamismo de competitividade fiscal para o mercado de capitais”, disse o gestor que também reconheceu que “tivemos uma classe política e empresarial não muito boa durante muitos anos, por isso é normal que os investidores no mercado de capitais em Portugal sejam cada vez menos”.

Há muita gente que perdeu dinheiro com investimentos por causa das empresas que foram à falência, sublinhou Sérgio Monteiro para defender a “educação de compliance e boas práticas” onde a advocacia é fundamental para alertar para os riscos de modo a evitá-los.

As práticas passadas não ajudaram à reputação da indústria, disse o Managing Partner da Horizon Equity.

Também Nuno Fernandes Thomaz tinha referido que “os Governos veem os private equities como predadores”, defendendo que é preciso fazer “contra-corrente”.

Sobre o risco geopolítico, Sérgio Monteiro disse que “quem espírito de empresário não se perturba muito com a espuma dos dias olha a mais médio prazo”.

“Gosto de usar uma imagem, a propósito das decisões do curto ou médio e  longo prazo, não é por acaso que os predadores e as presas estão afastados uns dos outros, é para não estar em permanente stress. Hoje em dia com as notificações no telemóvel, com os ‘última hora’, estamos em tal estado de alerta que perdemos a noção do médio prazo. Perdem a noção os decisores políticos (eu já fui um) e o mercado. Perder a noção do médio e longo prazo é perder a noção da criação de valor e às vezes é preciso olhar para lá da espuma dos dias”, disse Sérgio Monteiro.

É preciso acreditar que um negócio é resiliente, tem margem, tem diferenciação e valor acrescentado, disse o Managing Partner da Horizon Equity Partners que acrescentou que “os assessores podem ajudar”.

Sobre o risco geopolítico, “acho que quem espírito de empresário não se perturba muito com a espuma dos dias e olha a mais médio prazo”.

O que temos visto, no Programa Consolidar, “é que não é só a banca de investimento, ou os advogados, mas é também os revisores oficiais de contas”.

Sérgio Monteiro falou também do papel dos fundos de private equity para a criação de dimensão nas empresas portuguesas (nas PME), e defendeu que às vezes “é preferível ser minoritário numa coisa grande do que maioritário numa coisa mais pequena”.

O gestor lembrou que os fundos de private equity portugueses também são pequenos e “têm um caminho para fazer”, insinuando que a consolidação também devia chegar às sociedades de private equity.

“Cada um de nós tem 20 ou 30 milhões de euros para colocar numa transação e não temos 100 milhões ou 200 milhões que permita verdadeiras consolidações”, referiu Sérgio Monteiro.

A opinião sobre a indústria está a mudar, defendeu-se no painel. “A nova geração da indústria não é tão predador como outros foram”, disse o gestor do fundo Horizon.

“Nem empresário acorda um dia a dizer que quer ter um private equity aqui ao lado, a necessidade vem de dentro, dos ROC”.

Numa PME ter uma estratégia de saída do fundo de capital de risco é fundamental, defendeu o gestor do Horizon Equity Partner.

Todos os intervenientes concordaram que os assessores são muito importantes na indústria do private equity. “É preciso que o advisory nos ajude”, disse Sérgio Monteiro.

Há muitas formas de o private equity entrar no capital de uma empresa, ir com limited partner (com os acionistas familiares das PME); ser maioritários, minoritários, acordar cláusulas de step-in, entre outras,

Sérgio Monteiro concluiu que o Programa Consolidar onde o Horizon Equity participa “vai ser o teste do algodão” temos mais de 10 sociedade de capital de risco com 500 milhões de euros de capital para investir. “Vamos ter muitas empresas intervencionadas, são elas que vão dizer se somos virtuosos na intervenção ou predadores”, e vai também haver uma seleção dos fundos, os melhores vão sobreviver para rondas seguintes de capital.

O Horizon participou com a KKR num instrumento de dívida convertível da Greenvolt e agora a KKR lançou uma OPA sobre a empresa de energias renováveis e já fez uma parceria com a Morgan Stanley para a compra das torres de telecomunicações da Altice, respondendo ao repto do sector.

“Nem a KKR, nem a Morgan Stanley precisava dos nossos poucos milhões para o investimento, o que eles procuram nesta parcerias é capacidade de identificar o risco e as oportunidades”, disse Sérgio Monteiro.

Os fundos internacionais perguntam a opinião aos fundos de private equity nacionais, e isso é visto pelo gestor como uma capital (intangível) inestimado.

Resumindo os private equities são o capital que Portugal precisa por ser economia subcapitalizada, e os assessores financeiros e jurídicos são essenciais nas suas transações.

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