Servette difícil de digerir

1 mes atrás 29

Por esta os adeptos do SC Braga não esperavam. Depois de ultrapassado o modesto e frágil Maccabi Petah Tikva, o nível de exigência subiu para os bracarenses na Liga Europa. A terceira pré-eliminatória trouxe à Pedreira, esta quinta-feira, o Servette e a equipa da casa não passou no teste. Num dia daqueles que não deixam saudades ao longo da temporada, os Gverreiros do Minho não tiveram arte nem engenho para descobrir o caminho para a felicidade. Intervalo na eliminatória com 0-0 no marcador e tudo por decidir na Suíça.

Tremenda desinspiração ofensiva marcou a noite arsenalista. Assente numa estratégia de alto risco e alta recompensa - pressão alta e forte reação à perda para tentar roubar em zona adiantada -, a equipa da casa não teve os resultados desejados. Num dos raros casos, um erro na construção helvética, à passagem do 17.º minuto, podia ser a aberta que os anfitriões precisavam, mas a chance morreu na precipitação de Ricardo Horta.

Desinspiração no ataque

Onde é que íamos? Pois, alto risco e alta recompensa. Na ausência da recompensa, sobrou o alto risco e que o Servette, não raras vezes, procurou aproveitar, quer no jogo mais direto para a referência Enzo Crivelli - bela exibição no centro do ataque, com qualidade a fornecer apoios e a emprestar à equipa uma boa capacidade de reter a bola - quer através da exploração dos flancos, sobretudo do direito. A sociedade Keigo Tsunemoto & Miroslav Stevanovic deu muito que fazer a Adrián Marín e por ali se canalizou grande parte do jogo helvético.

Roberto Fernández mostrou-se pela primeira vez no onze inicial em jogos oficiais e começou por dar pormenores interessantes no jogo em apoio, mas rapidamente se tornou uma unidade perdida, isolada pelos xerifes Steve Rouiller e Yoan Severin. O espanhol terá sido, porventura, quem mais sofreu com uma primeira parte marcada pela incapacidade do SC Braga atingir frequentemente zonas próximas à baliza contrária. As melhores - únicas, na verdade - oportunidades foram dos helvéticos.

Melhor, mas insuficiente

Exigia-se resposta da equipa de Daniel Sousa na segunda metade, uma que estivesse à altura do teórico favoritismo que os bracarenses tinham perante os seus adeptos. A equipa tornou-se muito menos errática na construção e deixou de oferecer bolas fáceis ao adversário em terrenos perigosos, é certo, mas continuou a faltar o brilho e fluidez no último terço.

O treinador da casa deu mais algum tempo às unidades que começaram a partida para mostrar serviço, mas teve que se render aos dias desinspirados de Roberto Fernández e Roger Fernandes, que deixaram o relvado em cima do minuto 70. Amine El Ouazzani, habitual titular no arranque da temporada, entrou bem e não só mostrou maior ligação com o coletivo como precisou de apenas seis minutos para dispor da melhor ocasião de golo que os homens da casa tiveram. No 1v1 com Jérémy Frick, valeu a prontidão do guarda-redes a sair dos postes para encurtar o espaço de finalização com uma bela mancha.

A segunda metade foi, indubitavelmente, melhor por parte do SC Braga e nela fez-se sentir a superioridade arsenalista que a teoria apontava antes do encontro. Menos atrevido e cada vez mais cauteloso, certamente de olho no relógio, o Servette deixou-se empurrar para trás e procurou-se em defender a baliza. Missão cumprida com sucesso, pese embora o assalto final dos minhotos nos derradeiros minutos, e eliminatória totalmente em aberto para o encontro da próxima semana.

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