Shakhtar acusa Tottenham: «Estão a aproveitar-se da guerra»

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O diretor executivo do Shakhtar Donetsk acusou esta segunda-feira, em entrevista ao 'Telegraph', o Tottenham de se estar a aproveitar da guerra na Ucrânia e de se comportar como alguém que rouba na beira da estrada. Em causa está o processo do avançado israelita Manor Solomon, que deixou os ucranianos no último verão, num negócio no qual os spurs aproveitaram a autorização concedida pela FIFA para deixar os clubes daquele país por causa da guerra no país de Leste. Ora, apesar de ter ingressado nos londrinos no início da época, Salomon estava ligado contratualmente ao Shakhtar até dezembro de 2023, pelo que o clube de Donetsk alega ter direito a uma indemnização ou, pelo menos, uma percentagem de venda futura. Os últimos meses foram de negociações, mas em face do impasse o Shakhtar decidiu dar as conversas como concluídas e ponderar avançar judicialmente. Por agora, fica a ameaça... e também palavras muito duras.

"Tenho muito má impressão do Tottenham. Não consigo acreditar que um clube com esta história - não apenas a nível europeu, mas também mundial - se comporte desta forma. Do meu ponto de vista, é inaceitável. Estão a aproveitar-se da guerra. Talvez se fosse um pequeno clube da Europa, que não tivesse muito dinheiro, ainda entendesse. Mas o Tottenham? O Tottenham. Como é possível? É muito estranho que toda a gente diga que somos todos da mesma família do futebol, mas depois um clube de topo fica com um jogador de borla quando o seu valor de mercado é de uns 25 milhões de euros. Investimos nele e ajudámos na sua evolução para ter esse valor", lembrou Serhii Palkin, o líder dos ucranianos.

"Até lhes disse 'não precisamos do dinheiro agora, podem dar-nos apenas uma percentagem futura, uns 30, 40%. Isso seria suficiente para nós'. Eles disseram logo 'não, não, não podemos dar-vos isso. Damos 10%'. E eu disse-lhes 'não podem estar a falar a sério!'. Dar 10% é uma falta de respeito. É um comportamento de quem rouba na beira da estrada. Não é correto. Por isso, neste momento estamos a avaliar os próximos passos. Parámos as negociações. Estamos concentrados também no processo judicial com o Lyon e vamos ver o que fazemos depois disso", acrescentou, aludindo ao diferendo por causa de Mateus Tete, no caso devido à saída do jogador para o Leicester, num negócio no qual suspeita de que os franceses receberam uma verba.

De resto, Palkin aproveita para comparar o comportamento do Tottenham neste caso com o de outros clubes. "Houve jogadores, como o Vinicius Tobias no Real Madrid e o Maycon no Corinthians. Esses clubes quiseram os nossos jogadores mas vieram falar connosco e disseram 'nós queremos os vossos jogadores de borla, mas não vamos fazer jogos sujos'. Ofereceram-se para pagar-nos empréstimos. O Real Madrid pagou dois anos, o Corinthians igual. Conseguem ver a diferença entre o Real Madrid e o Tottenham? A direção do Real Madrid sabe comportar-se. A do Tottenham?", questiona.

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