Shapps rejeita que Huthis sejam o "Robin Hood da região"

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Numa declaração hoje proferida no parlamento britânico, na sequência dos ataques militares realizados no sábado à noite pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos da América (EUA) contra alvos dos rebeldes iemenitas Huthis, Shapps invocou o cumprimento da lei internacional e o direito à auto-defesa. 

"Os Huthis pensam que são o 'Robin Hood' [uma lenda inglesa que relata a história de um fora da lei que roubava da nobreza para dar aos pobres] da região, mas (...) as únicas pessoas a quem eles estão a roubar são iemenitas inocentes, cuja comida e ajuda [humanitária] chega pelo Mar Vermelho", afirmou.

O ministro referiu que desde 19 de outubro que os rebeldes xiitas e pró-iranianos Huthis efetuaram mais de 40 ataques contra navios civis e militares no Mar Vermelho e no Golfo de Aden. 

"Este comportamento é simplesmente intolerável, viola a lei internacional, já está a ter consequências nefastas para a economia mundial e os custos dos seguros multiplicaram por 10 desde o início de dezembro", adiantou.

Na mesma intervenção, Grant Shapps afirmou que o número de navios de carga naquela importante rota marítima diminuiu e o custo de contentores disparou, "o que pode fazer com que o preço dos alimentos suba em espiral, afetando certamente mais os países com níveis de pobreza maiores".

Além de tentar reduzir o abastecimento de armas e cortar os recursos financeiros aos Huthis, Shapps vincou que o Reino Unido aumentou o envolvimento diplomático com o Irão e com os países da região.

No entanto, reiterou que "o Reino Unido não hesitará em responder novamente em legítima defesa".

Os ataques de sábado foram a terceira operação conjunta dos EUA e do Reino Unido desde que os dois países atacaram posições dos Huthis no Iémen pela primeira vez, em 12 de janeiro.

Apesar desta coordenação, Washington já conduziu outros bombardeamentos nas últimas semanas contra pontos de lançamento de mísseis e 'drones' (aparelhos não tripulados) dos Huthis.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros dos rebeldes iemenitas, Husain al-Ezzi, estimou hoje em "quase 300 ataques aéreos" o número de bombardeamentos dos EUA e do Reino Unido contra áreas controladas por si e alertou os dois países que "devem estar preparados para serem responsabilizados".

Desde novembro, os rebeldes iemenitas têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, focando maioritariamente as suas operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.

Esta rota representa cerca de 15% do comércio marítimo mundial e os ataques dos Huthis, considerados um grupo terrorista pelos Estados Unidos, levou a que várias companhias marítimas internacionais evitassem esta zona.

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