Sindicato apoia FIFPRO contra os calendários FIFA junto da Comissão Europeia

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O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol manifestou apoio à ação interposta pela FIFPRO Europa e Euroligas na Comissão Europeia, em virtude dos calendários dos jogos internacionais impostos pela FIFA.

Pela voz de Joaquim Evangelista, o organismo acusou a organização do futebol mundial de gerir «de forma desregulada» uma matéria que coloca em causa a preservação da «saúde, bem-estar e a melhor performance dos futebolistas.» 

«O Sindicato dos Jogadores vem manifestar o seu apoio a esta ação contra a FIFA junto da Comissão Europeia, que visa uma mudança séria na forma desregulada como o calendário internacional tem sido organizado», começou por dizer Evangelista.

Além desta ressalva, o presidente do órgão não esqueceu a «forma unilateral» como foi conduzido «o processo de criação do Mundial de Clubes» por parte da FIFA, bem como os restantes «organizadores de competições internacionais» com pouco interesse por conservar a saúde e condições atléticas dos jogadores.

«Ao mesmo tempo, a sobreposição frenética de competições retira espaço e visibilidade a pequenas e médias ligas ou competições emergentes como as femininas», colocando em causa «a sustentabilidade de milhares de postos de trabalho, em diferentes países.»

A finalizar, Joaquim Evangelista frisou a necessidade de chegar a acordo para a conceção de «um modelo competitivo», que «preserve o talento, a imprevisibilidade e qualidade sem a qual o futebol como o conhecemos deixará de existir.»

Eis o comunicado na íntegra:

«Na sequência do anúncio da FIFPRO Europa e Ligas Europeias, o Sindicato dos Jogadores vem manifestar o seu apoio a esta ação contra a FIFA junto da Comissão Europeia, que visa uma mudança séria na forma desregulada como o calendário internacional tem sido organizado.

O Sindicato dos Jogadores reforça que, embora a FIFA, enquanto organismo máximo do futebol, e muito em particular a forma unilateral como conduziu o processo de criação do Mundial de Clubes, mereça especial censura, vários outros organizadores de competições internacionais (tanto de clubes como seleções) têm manifestado pouco interesse em preservar a saúde, o bem-estar e a melhor performance dos futebolistas de elite, que manifestamente estão a atingir o seu limite.

Ao mesmo tempo, a sobreposição frenética de competições retira espaço e visibilidade a pequenas e médias ligas ou competições emergentes como as femininas, o que indiretamente, sem prejuízo dos mecanismos de redistribuição de receitas que existem, põem em causa a sustentabilidade de milhares de postos de trabalho, em diferentes países.

Este não é um problema que se resolva com autoritarismo ou visões isoladas. Requer que os dirigentes com responsabilidade tenham a capacidade de se entender sobre um modelo competitivo global, que preserve o talento, a imprevisibilidade e qualidade sem a qual o futebol como o conhecemos deixará de existir.

Não pode valer tudo e a União Europeia, enquanto garante do modelo europeu do desporto, tem o dever de preservar direitos e garantias fundamentais dos futebolistas, combatendo uma sobrecarga que desrespeita regulamentos, recomendações científicas e acordos coletivos de trabalho, gerando enormes desequilíbrios na indústria.»

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