Sindicato de técnicos de emergência pré-hospitalar denuncia casos graves de atraso no atendimento de chamadas 112

2 horas atrás 19

Os casos relatados pelo sindicato são os de um homem em paragem cardíaca que esperou mais de uma hora por cuidados de emergência médica e este sábado de uma mulher de 94 anos em paragem cardíaca esperou mais de 40 minutos para ver a sua chamada atendida nos CODU.

O responsável relatou ainda o caso de um acidentado grave que, por não conseguir ver a sua chamada atendida nas centrais do INEM, acabou na urgência transportado pela filha.

Rui Lázaro fala de dias em que houve mais de cem chamadas em simultâneo em espera.

INEM admite atrasos

Em resposta às perguntas da RTP, o INEM veio dizer que não tem informação sobre o caso do acidente em Vinhais, mas “pela análise preliminar das duas [outras] ocorrências, foi possível apurar que se verificou um atraso no atendimento, o que vem exigir uma análise pormenorizada das situações para se averiguar em pormenor todas as circunstâncias em que decorreu a assistência a estes utentes”.

Em relação ao caso de Bragança, o caso do homem em paragem cardíaca, o IENM confirma “o atraso no atendimento devido ao volume de chamadas que estavam a ser atendidas nos CODU. Assim que foi possível realizar a triagem, foram prontamente acionados os BV Bragança e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Bragança”.

Quanto ao caso de uma doente de Tondela, “não se confirmam 40 minutos de espera para atendimento pelo CODU. A chamada foi transferida às 9h29 pelo 112 e atendida às 9h49 pelo CODU. No entanto, ninguém respondeu. Foi feita nova tentativa de contacto pelo CODU às 9h59 mas a chamada continuou a não ser atendida.”

O INEM acrescenta que “só às 10h17 foi possível ao CODU realizar a triagem clínica, tendo sido acionado o meio diferenciado que se encontrava mais próximo do local e com capacidade de resposta, no caso a Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Tondela”.
Sindicato pede medidas urgentes

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar alerta para o que diz ser o caos no INEM e exige medidas urgentes ao Governo. Exige, por isso, ao governo medidas urgentes para rever a carreira especial dos técnicos de Emergência Pré-hospitalar bem como a valorização salarial para travar a saída de técnicos.

Em comunicado, o sindicato revela que tem recebido denúncias diárias sobre atrasos no atendimento de chamadas nos CODU e sobre meios de emergência médica encerrados por falta de profissionais.

Garante que já apresentou soluções ao governo que não contribuem para o agravamento das contas públicas, mas que até agora não há qualquer decisão política.

De acordo com a resposta do INEM, "decorre neste momento um procedimento concursal para reforço dos profissionais TEPH do INEM para preenchimento de mais 200 lugares do mapa de pessoal".

No entanto, refere o sindicato, “o procedimento concursal a decorrer para preenchimento de 200 vagas será inócuo, sem um combate efetivo à elevada taxa de abandono que assola hoje a profissão”.

"É muito importante recordar que os cidadãos devem ligar o Número Europeu de Emergência – 112 apenas em situações graves ou de risco de vida. Nestas situações, é importante referir que o contactante não deve desligar enquanto a chamada não for atendida por um profissional, uma vez que as chamadas são sempre atendidas por ordem de entrada", refere O instituto nacional de emergência médica.

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