Sindicato dos camionistas recusa-se a apoiar Trump ou Kamala

17 horas atrás 29

"Infelizmente, nenhum dos principais candidatos conseguiu assumir compromissos sérios com o nosso sindicato para garantir que os interesses dos trabalhadores sejam sempre colocados antes das grandes empresas", disse o presidente do sindicado, Sean M. O'Brien, em comunicado.

"Procuramos compromissos de Trump e Harris para não interferirem em campanhas sindicais críticas ou nas principais indústrias dos camionistas --- e para honrar o direito de greve dos nossos membros --- mas não conseguimos garantir essas promessas", acrescentou.

A rejeição dos camionistas mostra um sindicato dividido sobre questões de identidade política, que reflete uma divisão nacional mais ampla.

A vice-presidente, Kamala Harris, apoiou inequivocamente os sindicatos trabalhistas, enquanto o ex-presidente Donald Trump tem apelado aos trabalhadores das indústrias, mesmo que por vezes tenha desprezado abertamente os sindicatos.

Ao não apoiar ninguém, a Irmandade Internacional dos Camionistas está essencialmente a ceder parte da sua influência na eleição de novembro, já que ambos os candidatos alegaram ter apoio dos seus membros.

A porta-voz da campanha de Kamala Harris, Lauren Hitt, observou que mais de três dúzias de camionistas aposentados falaram no mês passado em Chicago, na Convenção Nacional Democrata, tendo apoiado a candidata democrata. As suas pensões de reforma foram salvas através da aprovação em 2021 de uma legislação defendida pelo atual Presidente, Joe Biden, e por Kamala Harris.

"Enquanto Donald Trump diz que os trabalhadores em greve devem ser demitidos, a vice-presidente Harris literalmente andou numa linha de piquete e manteve-se firme com o trabalho organizado durante toda a sua carreira", advogou Hitt.

"O forte histórico sindical da vice-presidente é o motivo pelo qual os camionistas locais em todo o país já a apoiaram --- juntamente com a esmagadora maioria dos trabalhadores organizados", acrescentou.

Os camionistas disseram hoje que uma sondagem interna entre os seus membros mostrou que Trump tinha vantagem sobre Harris, um facto que a campanha republicana imediatamente aproveitou ao alegar que "a base do sindicato dos camionistas apoia Donald Trump como Presidente".

A decisão do sindicato de não apoiar nenhum candidato ocorreu quando já faltam poucas semanas para a eleição de 05 de novembro, e muito depois de outros grandes sindicatos terem anunciado o seu apoio eleitoral, como a Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais, a Federação Americana de Professores e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automobilística, que optaram por dedicar recursos para mobilizar o voto em Kamala Harris.

Com O'Brien a enfrentar uma reação negativa de alguns membros do sindicato após discursar na Convenção Nacional Republicana, não é surpresa que o sindicato tenha decidido não fazer um apoio público, disse Art Wheaton, diretor de estudos trabalhistas da Universidade Cornell.

O elogio de Trump ao CEO da Tesla, Elon Musk, por demitir trabalhadores que supostamente entraram em greve realmente tornou um apoio a Trump muito improvável, avaliou Wheaton.

"Os membros não estavam em total acordo", afirmou.

Leia Também: EUA acusam Orban de instalar atmosfera de medo na Hungria

Ler artigo completo