Sindicato dos enfermeiros fala em adesão de 60 a 70%

2 horas atrás 19

A greve dos enfermeiros registou uma adesão de 60% a 70% e reuniu cerca de 500 profissionais numa concentração em Lisboa para exigir melhores condições de trabalho e salariais, anunciou esta quarta-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

"Apesar da indigna manobra de diversão do Ministério da Saúde em torno de um referido acordo, para confundir e desmobilizar", a expressiva adesão dos enfermeiros a esta greve traduz o seu descontentamento, amplamente generalizado, face aos problemas não resolvidos", afirmou o SEF, em comunicado.

Os enfermeiros pretendem que o ministério reagende uma reunião negocial, que chegou a estar marcada para 12 de setembro.

"Os enfermeiros não deixarão de lutar por justas e sensatas propostas de solução para o vasto conjunto de problemas com que estão confrontados", prometeu o SEP.

Os enfermeiros concluíram esta quarta uma greve nacional de dois dias.

A concentração de hoje, em Lisboa, reuniu cerca de 100 profissionais, frente ao Ministério da Saúde, segundo uma estimativa da Lusa no local.

Associação sindical dos enfermeiros acusa Governo de "prometer ilusões"

A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) acusou o Governo de "prometer ilusões" ao anunciar um acordo sobre aumentos salariais faseados que "não está em condições de assegurar".

Numa reação à Lusa, a presidente da ASPE, Lúcia Leite, disse que é "muito pouco claro o que foi acordado" na segunda-feira entre uma plataforma de cinco sindicatos dos enfermeiros, da qual não faz parte a ASPE, e o Governo, que "assume um faseamento que não está em condições de assegurar".

Segundo a dirigente, o Governo "prometeu ilusões" e o acordo "não resolve o problema de base", o de enfermeiros mais qualificados ou mais velhos ganharem menos do que enfermeiros menos qualificados ou mais novos por força da lei vigente que permite "iniquidades nas tabelas remuneratórias".

Na segunda-feira, à margem da inauguração da nova sede da Ordem dos Farmacêuticos, em Lisboa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou que o acordo alcançado com a plataforma de cinco sindicatos de enfermeiros prevê um aumento salarial de cerca de 20% até 2027, que começará a ser pago em novembro próximo.

Segundo a ministra, "o valor mínimo de aumento será, até 2027, de 300 euros".

De fora do acordo ficaram o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que hoje termina uma greve nacional de dois dias, convocada antes do anúncio do acordo, e a ASPE, que acusa o Governo de afastar a estrutura das negociações como represália a um pré-aviso de greve emitido em julho, uns dias depois da assinatura do protocolo negocial.

A greve, parcial, iniciou-se em 2 de setembro, mas a ASPE suspendeu-a duas semanas depois para "poder regressar às negociações com o Governo", que acusa de "não responder às propostas" apresentadas, nomeadamente sobre a revisão das tabelas remuneratórias.

De acordo com a presidente da ASPE, Lúcia Leite, um enfermeiro "acaba por fazer horas ilegais para compor um salário baixo".

Em comunicado, a ASPE anunciou que vai "recomendar aos enfermeiros que recusem horas extraordinárias para além do limite legal das 150 horas anuais e as escalas planeadas com mais que as 35 horas [semanais] contratadas", prometendo "denunciar as más práticas comprovadas às entidades inspetivas" e "acionar o contencioso judicial contra as entidades e os responsáveis que violem a lei".

A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros compromete-se, ainda, "denunciar à Assembleia da República, no âmbito da fiscalização do Governo, a conduta antidemocrática e desrespeitosa para com os enfermeiros representados" pela estrutura.

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