Sindicatos da UGT escreveram aos cinco maiores bancos a pedirem salário extra pelos lucros históricos

9 meses atrás 78

Este repto lançado pelos sindicatos aos cinco maiores bancos “vai, todavia, mais longe, estendendo-se a todas as outras instituições de crédito, uma vez que todos os bancos, cada um à sua medida, tiveram lucros”.

Os três sindicatos bancários da UGT (SBN – Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal, Mais Sindicato e Sindicato dos Bancários do Centro) enviaram uma carta aos cinco maiores bancos do país, propondo a atribuição de um salário extra a todos os respetivos trabalhadores, pelo facto de o setor ter registado resultados históricos.

Os sindicatos querem os bancários a receber mais por causa dos lucros que foram projectados pelo impacto da subida dos juros na receita de margem financeira. “Com efeito, até setembro deste ano” foram 987 milhões de euros na CGD, 650 milhões no Milleniumbcp, 638 milhões no Novobanco, 621 milhões no Santander e 390 milhões no BPI”, lembram.

Estes resultados significam uma rendibilidade de 33,6% para o Novobanco, 21,7% para o Santander, 16,7% para o BCP, 14,7% para a CGD e 13,7% para o BPI, revelam o Mais, o SBC e o SBN.

Ora, dizem os sindicatos, “uma vez que a obtenção dos resultados enunciados repousa essencialmente no desempenho dos trabalhadores das referidas instituições de crédito, afigura-se da mais elementar justiça que sejam compensados e reconhecidos pelo abnegado esforço em prol dos bancos onde laboram”.

“Tendo já o SBN, o Mais Sindicato e o SBC felicitado aquelas instituições pelos resultados históricos obtidos, a referida proposta é concreta e ponderada: o pagamento a todos os seus trabalhadores de uma prestação de valor idêntico à retribuição mensal”, defendem sem hesitar.

Os sindicatos acham mesmo que se trata de uma “oportunidade ideal para reconhecer com justiça o desempenho dos principais artífices dos seus resultados, uma vez que só com o respetivo empenho, dedicação e profissionalismo foi possível alcançar aqueles números de excelência”.

Este repto lançado pelos sindicatos aos cinco maiores bancos “vai, todavia, mais longe, estendendo-se a todas as outras instituições de crédito, uma vez que todos os bancos, cada um à sua medida, tiveram lucros”.

“O desafio é para todos”, dizem, porque os bancários “merecem participar” dos lucros. E este é ano deles.

Os sindicatos invocam também que os trabalhadores e seus agregados familiares têm vindo a perder sistematicamente poder de compra ao longo de mais de uma década, em consequência de aumentos salariais que não acompanham a subida da inflação, e também ao aumento da taxa de referência do Banco Central Europeu, o que, consequentemente, agrava as prestações do crédito à habitação.

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