“Síndrome do reality show”. Fenprof acusa Governo manter “tudo na mesma”

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Em causa estão as mudanças nas provas de aferição, desde a alteração do nome ao regresso ao 4º e 6º anos de escolaridade. “A melhoria das aprendizagens dos alunos será sempre resultado da melhoria das condições de trabalho”, algo que não é promovido pelas medidas mais recentes, de acordo com a Fenprof.

A Federação Nacional dos Professores reconhece que existe uma “mudança de forma” na avaliação dos alunos, mas garante que o Governo se prepara para manter “tudo na mesma”. Aponta o dedo ao ministério da Educação, Ciência e Inovação por ter “sintomas” que indicam “síndrome do reality show“.

Num comunicado enviado às redações, a Fenprof esclarece que as alterações às provas de aferição, avançadas pelo ministro Fernando Alexandre, “mais do que perceber o que está mal para melhorar – e, nesse sentido, a aferição não teria um formato de exame de final de ciclo –, parece que o grande objetivo é mesmo o da disputa entre escolas e da publicitação/competição dos resultados”, de acordo com aquele organismo.

A situação em causa acrescenta “aos rankings o que estes têm de pior: a promoção de certos privados e a estigmatização das escolas públicas”. Nesse sentido, aquele organismo refere que no ministério “viver-se-á, os sintomas o indicam, a síndrome do reality show“.

As medidas anunciadas pelo Governo, entre as quais está o regresso das provas aos 4º e 6º anos de escolaridade, em vez de serem realizadas nos 2º, 5º e 8º anos, deixaram desagradados os responsáveis da Fenpr “parecem confirmar que voltámos ao tempo em que os governantes consideram que a melhoria das aprendizagens se consegue com a realização de provas e exames e a publicitação de mapas comparativos dos resultados”, o que não é uma realidade, de acordo com a Fenprof.

“A melhoria das aprendizagens dos alunos será sempre resultado da melhoria das condições de trabalho nas escolas que promovem essas aprendizagens”, esclarece-se no mesmo documento, em que se apresentam algumas possibilidades. “Professores em número necessário, menos alunos por turma, apoios adequados às necessidades dos alunos” são exemplos, de acordo com a organização.

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