Síria. ONU faz apelo de 3,7 mil milhões para financiar ajuda humanitária

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BeirAdam Abdelmoula, coordenador residente na Síria do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), fez este apelo após a Síria assinalar o 13.º ano de um conflito civil que já matou quase meio milhão de pessoas e deixou muitas partes do país destruídas.

"Hoje, enfrentamos uma situação sem precedentes na Síria, uma situação que não podemos ignorar", disse o representante em declarações aos jornalistas em Genebra (Suíça).

"A inação custará caro a todos nós e conduzirá inevitavelmente a um sofrimento adicional", sublinhou o responsável.

Cerca de 16,7 milhões de pessoas necessitam de alguma forma de assistência humanitária na Síria, um aumento em relação aos 15,3 milhões do ano passado, avançou Adam Abdelmoula.

Em 13 anos de conflito, mais de sete milhões de pessoas foram deslocadas internamente e quase o mesmo número de pessoas estão refugiadas noutros países, incluindo Jordânia, Líbano e Turquia.

A guerra deixou 90% da população da Síria abaixo do limiar da pobreza, enquanto milhões enfrentam cortes na ajuda alimentar devido a um défice de financiamento.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU encerrou o seu principal programa de assistência no país em janeiro.

"A crise na Síria continua a ser uma das mais mortais para os civis no mundo. As hostilidades continuam a atingir várias partes da Síria e recentemente foi registado um aumento acentuado, especialmente no norte", disse Abdelmoula.

O responsável da ONU sugeriu ainda que a guerra em curso entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza possibilitou que a atividade militar em partes da Síria passasse de alguma forma despercebida.

"Vimos a atenção do mundo centrada em Gaza, e isso proporcionou algum tipo de desvio de atenção que permitiu a escalada significativa das hostilidades no nordeste sem que muita atenção fosse dada a essa situação pela comunidade internacional", disse Abdelmoula.

A guerra civil na Síria foi desencadeada em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas.

O conflito ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

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